Feminismo
Texto de Joanna de Ângelis
(psicografado por Divaldo Franco), disponível no livro “Encontro com a Paz e a
Saúde”.
Imagem: escultura de Salvador Dali - Retrospective Bust of a Woman
Imagem: escultura de Salvador Dali - Retrospective Bust of a Woman
A
ânsia de liberdade encontra-se ínsita no ser humano, por constituir-se uma das
leis da vida.
O
espírito é livre, sopra onde quer,
conforme acentuou Jesus, no Seu diálogo com Nicodemos, o célebre doutor da lei,
não podendo alcançar a meta da evolução a que está destinado, se se encontra
sob coarctação de qualquer natureza.
A
Lei de liberdade de pensamento, de palavra e de ação, é conferida ao ser humano
que, da maneira como a utilize, será responsabilizado pela própria consciência
que reflete o Divino Pensamento.
Como
é natural, o anseio da busca dos mesmos direitos que ao homem sempre foram
concedidos, ou pelo menos da sua equiparação sempre repontou através da
História, quando algumas mulheres impossibilitadas de lograr o triunfo anelado,
conseguiram-no através da maternidade, da beleza, da sedução sexual, da
astúcia, da inteligência, da santidade, como ocorreu com Dalila, Judite, a
rainha de Sabá, Cleópatra, Maria de Nazaré, Teodósia, Teodora, santa Teresa d’Ávila
e as pioneiras nas ciências, na filosofia, nas artes, nas religiões...
Elas
e muitas outras abriram o espaço para o respeito de que são credoras todas as
mulheres, encontrando maio ressonância, em face do desenvolvimento cultural do
século passado, no movimento denominado Feminismo.
A
ideia feliz, iniciada por verdadeiras heroínas, que foram imoladas umas, outras
execradas e perseguidas, encontrou vultos de alta magnitude, que reuniram a
inteligência ao sentimento demonstrando que a fragilidade orgânica, de forma
alguma tem a ver com a ausência de valores administrativos, de conhecimentos
gerais, de especificidade tecnológica... Missionárias, que lutaram contra a
intolerância, destacaram-se em diversos períodos históricos afirmando que a
biologia não é fatalidade na definição da capacidade mental e cultural,
quebrando as primeiras cadeias da intolerância.
Por
fim, na segunda metade do século passado, quando da superação de muitos dos
preconceitos ancestrais em várias áreas do comportamento humano, o que sempre
gerou dificuldades nos relacionamentos e graves conflitos psicológicos,
ergueu-se a bandeira dos direitos da mulher, abruptamente, enfrentando as
antiquadas discriminações, torpes no seu conteúdo e cruéis na sua aplicação,
exigindo leis e oportunidades justas para todos os cidadãos.
Como
é compreensível, a rebelião sexual foi o estopim que produziu o grande impacto
social, em relação às mulheres insatisfeitas e infelizes, graças aos
impositivos da ignorância e da perversidade, após os relatórios de Hitt,
demonstrando quanto a mulher era objeto de erotismo, das aberrações masculinas,
desrespeitada nos seus sentimentos, sem o menor direito às sensações da
afetividade e do conúbio físico, ao mesmo tempo desvelando os inúmeros
conflitos masculinos disfarçados no machismo vergonhoso.
Espíritos
em processo de crescimento, ambos os sexos experimentam equivalentes dificuldades
e tormentos na maneira de expressar-se, como decorrência das experiências transatas,
infelizes umas, perturbadoras outras, malsucedidas muitas...
A
represa das emoções começou a
romper-se e personagens atormentadas, utilizando-se da oportunidade, passaram a
comandar o novo Movimento, sem dar-se conta da intolerância e do ressentimento
malcontido, desafiando os cânones ancestrais e os conceitos de então,
desbordando em exagerados comportamentos, que nada têm a ver com a dignidade, o
equilíbrio e os direitos femininos.
Logo
surgiram as oportunistas, que carregavam transtornos vários, perturbações emocionais
necessitadas de terapia especializada, para exigir novas regras, algumas
aberrantes, de maneira a impor-se, numa aparente vitória contra a correnteza.
Lentamente,
como sempre ocorre, do exagero surgiram os reais propósitos de valorização da
mulher, abrindo-se-lhe as portas de acesso a trabalhos e atividades antes
reservados somente aos homens, nos quais foram demonstrados os valores e as
habilidades elevados do sexo feminino, competindo em qualidade com o masculino.
Certamente
ainda se vivencia um período de afirmação, no qual a contribuição psicológica
por intermédio de terapias especializadas e de valorização dos sentimentos
antes desconsiderados, em detrimento dos absurdos contributos da força e da imposição
machista, torna-se indispensável.
Como
prejuízos iniciais, em um movimento de tal significado, no qual são necessárias
as adaptações psicológicas, em face dos traumas de curso demorado através dos
tempos, houve a irrupção da liberdade que se vem fazendo libertina, com olvido
dos reais compromissos, substituídos pelos vícios masculinos, que a mulher
parecia invejar. O tabagismo, o alcoolismo, hoje em expressão mais volumosa, em
alguns países, entre as mulheres, o sexo licencioso e vulgar, dando surgimento
a novos conflitos desgastantes e perturbadores que decorrem do prazer sem emoção,
do gozo sem amor, do tédio, após a vivência do anelado que não preenche o vazio existencial.
A
depressão, a síndrome do pânico e outros conflitos substituem os anteriores da
timidez, do medo, da discriminação, a estes, muitas vezes, somando,
demonstrando que algo não está funcionando como seria de desejar.
Ocorre
que a mulher é essencialmente mãe, em face da sua constituição biológica e
psicológica, forte e frágil na estrutura emocional, vigorosa e meiga por
imposição evolutiva, não se devendo furtar ao ministério da procriação.
A
necessidade, porém, de autoafirmação, de autoconfiança, de demonstração da
personalidade, numa espécie de desforço que dormia no inconsciente, tem levado
muitas mulheres a opor-se terminantemente à maternidade, justificando a
necessidade de triunfar o trabalho, na profissão, no mundo dos negócios, como
se uma opção eliminasse ou impedisse a outra...
Por
outro lado, desejando a maternidade, delega a outros a função educativa dos
filhos, fugindo à responsabilidade do lar, ao qual retorna cansada, ansiosa,
quando não estressada ou amargurada...
Todo
exagero sempre gera consequências lamentáveis, e, no caso em tela, a negação da
maternidade, como a maternidade irresponsável respondem por danos emocionais e
sociais cujos efeitos, a pouco e pouco, vêm sendo apresentados na sociedade, em
forma de drogadição juvenil, criminalidade entre jovens, violência e abuso de
toda ordem, orfandade de pais vivos...
Os
homens, pelo mau hábito de considerar a sua suposta superioridade, sempre
delegaram à mulher o provimento moral da família, a sustentação emocional do
lar e dos filhos, ficando ao largo das responsabilidades dessa natureza. Muitas
vezes, igualmente, fecundou a mulher e abandonou-a, empurrando-a para a prostituição
ou o desespero, olvidando-se totalmente da família...
Como
efeito psicológico do ressentimento feminino malcontido por séculos sucessivos,
aveio a reação, mediante a qual a mulher, procurando evadir-se da
responsabilidade maternal, ou não desejando filhos, que sempre se apresentam
como obstáculos ou impedimentos à sua
ascensão no mundo das disputas financeiras e sociais, sente-se liberada do
compromisso.
Essa
interpretação equivocada e infeliz, defluente do feminismo exagerado, tem
produzido danos emocionais muito graves nos sentimentos da mulher, frustrando-a
e deixando-a em solidão destrutiva.
Cabe
seja revista a situação do feminismo de revide, porque a organização genésica
da mulher estruturalmente não está capacitada para as experiências múltiplas do
sexo sem amor, sem responsabilidade, conforme sempre foi imposta àquelas que
têm sido empurradas para os prostíbulos de perversão e de indignidade humana,
como escravas das paixões asselvajadas de psicopatas aturdidos sedentos de gozo
animalizado...
O
direito à liberdade de ação, de deliberação e escolha no lar e na sociedade é
conquista que a mulher adquiriu e que não pode ser confundida com arrogância nem
procedimentos de confrontos, nos quais os conflitos interiores predominam em
fugas inúteis que surgem como soluções apressadas, e que não resolvem o grave
problema dos relacionamentos humanos, sejam nas parcerias afetivas ou noutras
quaisquer.
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