Mas qualquer hipótese levantada tem que ser confirmada
pela entrevista ou jogo que fazemos com a criança .
Em geral nós usamos jogo com crianças até mais ou menos
os nove 9 anos. nesse momento usamos uma caixa de brinquedos que não tem
significação por si mesma.
São cubos, bolas, borrachinhas, madeirinha, objetos de
construção, com o objetivo de que a criança os una para lhes dar um significado
. pensamos que esse processo é muito parecido com o que a criança tem que
fazer na escola.
Não nos interessa tantos os simbolismos particulares que
faz, como conteúdo, se aprsenta a mãe ou apresenta o pai, mas como a criança
aprende consigo mesma, como pode construir um universo, ainda que seja um
universo simbólico e como a inteligência pode ou não contribuir com essa
catarse que a criança faz durante o jogo .
Para efeito de
análise dividimos a hora de jogo em três momentos considerado fundamentais para todo
aprendizado.
O inventário,
a organização
e a integração.
Quando alguém estuda um capítulo de livro com menos de três leituras não terá possibilidade
de apreender este capítulo. É preciso uma leitura para fazer um inventário e
saber do que se trata, quais são os elementos com os quais se jogam nesse
capítulo , uma Segunda para saber quais
as relações que os autores estabelecem entre esses elementos e a seqüência que
produzem e uma terceira para relacionar o que o autor diz com a experiência
pessoal, única integrando à memória e a experiência de cada um.
Estes três momentos são imprescindíveis e
quando alguém procura economizá-lo integrando-os numa leitura, sempre haverá
elementos que ficarão desconectados.
Se alguém quer fazer a organização e a
integração ao mesmo tempo, haverá sempre relações que o autor faz e que o
leitor aflito para integrá-las à própria experiência, só integrará aquelas que
tem a haver com sua experiência imediata . Para que um aprendizado seja
equilibrado, qualquer leitura precisa destes momentos para completar-se,
digamos para integrar-se na experiência de cada um. Isso é o procuramos
verificar se acontece na hora do jogo
Na primeira abordagem da hora do jogo podemos observar
os casos extrernos e os intermediários. Nesses extremos está aquela criança que volta-se para dentro de sí
mesma com seus botões, não presta atenção na caixa, não tem o menor interesse
no que há na caixa .... ou aquela que
entre dentro da caixa, que salta com a bola, que cai quando tira algo, enfim
que faz os mesmos movimentos dos objetos, e que não separa a lei dos objetos da
sua própria lei.
Uma criança que salta quando faz a bola pular não se dá
conta que é a bola que tem que saltar e que não precisa que ela salte também .
Esta criança, se suja com a massa de modelagem, se mistura com a cola, enfim é
toda uma coisa “pegada” ao objeto sem conseguir se distanciar dele .
Pois bem estes tipos extremos de criança há toda uma
gama de possibilidades de tipos. Na realidade, para aprender é necessário
manter uma distância ótima com o objeto de estudo, quer dizer a lei do objeto
deve estar diferenciada da lei do sujeito e a aprendizagem vem da coordenação
de ambas as leis.
Uma vez que conseguimos estabelecer onde está a criança
do ponto de viusta desta distância, podem acontecer duas coisas : que a criança principie a tirar os brinquedos
e brinque com eles a medida que os tira ou que ela faça primeiro uma inspeção,
um inventário que traduz uma reflexão do tipo : “Vejamos o temos para brincar”
.... Essa é a melhor postura de abordagem pois dá a possibilidade de um jogo com
maior variedade e para nós é um dado sobre se ela se dá o tempo de analisar o
que lhe é apresentado como situação.
Encontramos crianças que resolvem um problema com o primeiro dado que encontra,
sem examinar o conjunto de coisas com a qual tem que manipular. Toma duas
coisas aleatoriamente e procura estabelecer uma relação entre elas .
Uma vez feito o inventário, vem o momento de organização do jogo ou
no sentido de uma construção ou no sentido de uma dramatização. O ideal é que
aconteçam as duas coisas, isto é, que a criança faça uma construção e, em
seguida dramatize, faça um jogo dramático onde a construção esteja incluída.
Observamos aí se ela adequada os fins aos meios, se escolhe a maneira mais
efetiva de representar, se tem noção dos suportes, ou se as construções caem (
porque colocam coisas grandes sobre bases pequenas ) se atuam muito quando
jogam pondo em jogo seu corpo, fazendo da construção um reflexo do seu corpo.
Há aquelas crianças que tem o prazer de fazer uma
construção muito elaborada, mas no último momento e com grande contentamento
derrubam tudo, como parte da brincadeira. Enfim observamos nessa situação uma
série de características que nos servirão para compreender algumas atitudes
que estas crianças apresentam em suas
formas de aprender
Antes de terminar a hora do jogo dizemos que faltam
cinco minutos para acabar e neste
momento a criança repassa todo o jogo feito procurando explicá-lo verbalmente,
dar-lhe um argumento como uma integração de sua experiência passada.
Todas essas modalidades de jogo, as modalidades lúdicas
são importantíssimas para a consideração da aprendizagem. O jogo e aprendizagem
tem muitos mecanismos em comum.
A possibilidade que a criança apresenta de jogar, de
tirar experiência do jogo, nos coloca na via também da possibilidade que ela
tem de retirar experiencias da aprendizagem quer dizer, da possibilidade dela
dar um espetáculo a ela mesma. A criança
que aprende bem é a criança capaz de construir algo que lhe ensine e não
somente de receber passivamente o que for ensinado .
Inciamos
agora a comparação das hipóteses que tiramos da entrevista com os pais e a
atividade da criança, para ver se as deficiências apresentadas pela criança no
jogo coincidem com certas operações que tem a ver com as colocações dos pais .
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