domingo, 16 de junho de 2013

DEPENDÊNCIA EMOCIONAL (MULETAS PSICOLÓGICAS)

Por se sentirem fragilizados, muitos indivíduos estabelecem uma relação de dependência com outras pessoas ou até mesmo objetos.

Essas "muletas psicológicas" podem trazer conforto, mas, às vezes, são sinal de que algo vai mal.
Nesses casos, a terapia é o tratamento indicado.

Da mesma forma como as pessoas que têm alguma dificuldade para andar necessitam de algum suporte, como uma bengala, ao deparar-se com uma situação difícil, o ser humano procura se firmar em algo ou alguém para conseguir superar a fase complicada.

Assim como o bastão, essas “muletas psicológicas” amparam quem não consegue seguir a vida com as próprias pernas.

Por encontrar-se emocionalmente fragilizada, a pessoa tem dificuldades de tomar decisões por conta própria, criando uma relação de dependência com esse fator externo que a faz se sentir mais segura.

O QUE É DEPENDÊNCIA EMOCIONAL
Quando falamos de dependência emocional, temos que levar em conta o tipo ou a classificação da enfermidade.

Existe uma dependência emocional em decorrência de uma personalidade e uma dependência em decorrência de um transtorno transitório.

O primeiro caso, ele é mais grave, tendo em vista sua origem e por ser algo crônico, pois trata-se da personalidade. E aqui temos o TRANSTORNO DE PERSONALIDADE DEPENDENTE (Cluster/Grupo C (transtornos ansiosos ou receosos).

O segundo caso, vem normalmente de traumas, hábitos e situações outras que geraram uma situação que pode se tratada, levando a inexistência dos sintomas. E aqui temos A DEPENDÊNCIA EMOCIONAL.

A diferença de uma para outra se encontra da intensidade e no tempo de duração, bem como as consequências que esses transtornos trazem para a pessoa.

Detalhe, no transtorno de personalidade dependente a dependência gira em torno de pessoas e da dependência emocional a dependência gira em torno de pessoas e objetos.

AS CARACTERÍSTICAS/SINTOMAS DO TRANSTORNO DE PERSONALIDADE DEPENDENTE E DEPENDÊNCIA EMOCIONAL.
Pessoas muito dependentes emocionalmente e fisicamente, sempre dependendo de outras pessoas para fazer qualquer coisa;
Notavelmente carentes, elas não conseguem viver só e estão sempre à procura de um relacionamento íntimo para se manter dependente;
Com frequência, são submissos às pessoas por quais mantêm um laço afetivo, podendo demonstrar muita empatia ou altruísmo por outras pessoas e pouca preocupação consigo mesmo;
Não costumam contrariar as outras pessoas e emoções como raiva e desgosto frequentemente são reprimidas e disfarçadas, pois têm medo excessivo em magoar o outro;
Com medo da perda e abandono, esses indivíduos pensam muito mais nas outras pessoas do que em si, deixando de fazer coisas que gostam, para satisfazer aos outros;
Propensos a envolverem-se em relacionamentos perturbadores, com tendências sadomasoquistas, muitas vezes aceitando atitudes abusivas contra si.
E tem mais, insatisfação é constante e o sentimento crônico de tristeza é comum nessas pessoas, uma vez que tornam-se pessoas excessivamente submissas aos outros, muitas vezes deixando-se ser vítimas de maus tratos por parte de outras pessoas por quais mantêm dependência.
Geralmente, possuem medo de machucar o outro e têm dificuldade em romper tais relacionamentos.
Quando terminam, sentem-se culpados e frequentemente partem desesperadamente em busca de um novo relacionamento.

A UTILIDADE DA DEPENDÊNCIA E QUANDO BUSCAR AJUDA
O artifício é, até certo ponto, válido, pois representa um conforto psicológico.

No entanto, se a alternativa encontrada para superar um sentimento traz constrangimento social ou cria um julgamento negativo a respeito de si mesmo, é sinal de que algo está errado.

O grande diferencial entre uma crise e uma situação contínua é quando você percebe que o poder de decisão está relacionado com outro, um objeto ou uma instituição.

A necessidade de precisar de algo ou alguém passa dos limites e torna-se dependência quando:
• As atitudes causam constrangimento social, prejuízo à personalidade ou julgamento negativo por parte de amigos e familiares;
• O poder de decisão está relacionado com outra pessoa, um objeto ou uma instituição;
• A pessoa apoia-se demais em amigos ou familiares para tarefas que deveria realizar sozinha;
• O indivíduo não tem autonomia para agir;
• A baixa autoestima inibe decisões.

Se as coisas citadas estão presentes, é bom procurar ajuda de um profissional.

COMO IDENTIFICAR A DEPENDÊNCIA EMOCIONAL
Um meio de identificar se a dependência está excessiva, é ficar atento aos comentários dos amigos e familiares sobre os atos.

Isso ajuda a pessoa a perceber se as atitudes estão avançando para um estágio fora do comum.

EXEMPLOS DE DEPENDÊNCIA EMOCIONAL
Dependência de pessoas
Filhos que dependem das mães;
Maridos que dependem das esposas;
Esposas que dependem dos maridos;
Namorados que dependem da namorada e vise versa;
Pessoas que dependem dos seus companheiros;
Pessoas que dependem dos amigos;
Pessoas que dependem da família, familiares, irmãos, etc.
Dependência de objetos
Pessoas que dependem de automóveis;
Pessoas que dependem de álcool;
Pessoas que dependem das drogas;
Pessoas que dependem da religião;
Pessoas que dependem do dinheiro;
Pessoas que dependem da tecnologia (celular, vídeos, computadores, etc);
Pessoas que dependem da profissão, do emprego, da empresa, etc.

A DEPENDÊNCIA EMOCIONAL E OUTRAS ENFERMIDADES MENTAIS
Em alguns casos, essa relação de dependência é tão grande que pode representar o que os especialistas chamam de transtornos obsessivos-compulsivos (TOC).

A origem do TOC para uma grande maioria dos especialistas é TOC é a necessidade de contar com coisas externas para alcançar segurança interna.

Ou melhor, a pessoa transfere a necessidade de autoafirmação para outra coisa, que pode ser um objeto ou pessoa.

TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA EMOCIONAL
Existe tratamento, no entanto é bom que se saiba que o tratamento, no entanto, não é imediato.

Desprender-se da muleta psicológica de uma hora para outra não é fácil, porque, assim como alguém com problemas de locomoção pode cair ao soltar sua muleta, a pessoa emocionalmente abalada pode sofrer muito se perder seu apoio de uma hora para outra.

Para a pessoa não se sentir desprovida de repente, é preciso um trabalho de fortalecimento de personalidade, um resgate natural da autoconfiança.

Assim, é possível que ela deixe as dependências, seja do álcool, das drogas ou do companheiro.
A psicoterapia analítica normalmente é muito útil para pessoas com dependência emocional.

O comportamento pode ser trabalha pelo psicólogo e em alguns casos, usa o psiquiatra para o uso de medicação para tratar sintomas outros, menos para curar a pessoa da dependência.

PREVENÇÃO QUE PODEM EVITAR A DEPENDÊNCIA EMOCIONAL TANTO DE PESSOAS COMO DE OBJETO
Uma autoavaliação para verificar se existe uma predisposição para a DEPENDÊNCIA EMOCIONAL que pode ser feita através de um pequeno questionário:

• Algumas pessoas gostam de tomar decisões. Outros preferem ter alguém que confia para orientá-los. Qual você prefere?
• Você procura o conselho para as decisões cotidianas? (As decisões que você toma entendida pelo praticante?)
• Você encontra-se em situações em que outras pessoas fizeram decisões sobre as áreas importantes de sua vida, por exemplo, o trabalho que tomar? Que sintomas você tem que eles não entendem?
• É difícil para você expressar uma opinião diferente com alguém que está perto? O que você acha que aconteceria se você fizesse isso?
• Você costuma fingir que concorda com os outros, mesmo que não o faça? Por quê? Poderia trazer-lhe problemas se você discorda?
• Você muitas vezes precisa de ajuda para começar um projeto?
• Você já se voluntariou para fazer coisas desagradáveis para os outros para que eles pudessem cuidar de você quando você precisasse deles?
• Você está desconfortável ao estar sozinho? Você tem medo de que não seja capaz de cuidar de si mesmo?
• Você descobriu que está desesperado para entrar em outro relacionamento logo quando termina um relacionamento próximo? Mesmo que o novo relacionamento possa não ser a melhor pessoa para você?
• Você se preocupa com as pessoas sobre o importante em sua vida, esquecendo de si mesmo?

Outros cuidados:

Os pais devem incentivar os filhos a uma independência sadia, desde cedo, evitando assim a dependência que muita vezes é estimulada pelos pais;
As pessoas devem encarar:
Aa realidade do ganhar e perder;
Da possibilidade de ter e não ter;
De estar acompanhado e de estar sozinho;
De realizar as coisas sozinhas;
De sair de casa sozinhas, etc.


Postado por FRANCISCO FERNANDES (DELFINO)


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Rô Carvalho.

Um comentário:

  1. Muletas psicológicas são nossos canos de escape!!!!!

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