terça-feira, 8 de maio de 2012
NO CAMINHO DO CRESCIMENTO ESPIRITUAL
Por Andréa Oliveira
A idéia de que viemos aqui na terra para aprender e evoluir já é bastante conhecida e aceita pela maioria das pessoas. As religiões e diversas filosofias existentes no mumdo – tanto no lado ocidental quanto no oriental - se ocupam em difundir dogmas e leis espirituais e morais que nos auxiliem nessa nossa caminhada. Mas, afinal, o que é mesmo crescimento espiritual? Qual o caminho que nos levará a esse objetivo?
Inicialmente é preciso esclarecer que não existe uma única resposta para tais questionamentos. Quando se trata de processos humanos não é possível estabelecer modelos definitivos que abarque de maneira geral todas as dificuldades, angústias e necessidades do ser. Contudo, posso inferir que cada pessoa deve buscar as respostas dentro de si mesma, adotando aqueles pensamentos que ressoam positivamente com a verdade de seu coração. É importante ressaltar ainda que o tema “crescimento espiritual” não se refere diretamente às teorias reencarnacionistas nem àquelas que acreditam na ressurreição, ou qualquer outra doutrina que possui estrutura bem demarcada.
O termo “espiritualidade” mencionado aqui foi usado para designar a parte imaterial, e intangível da nossa personalidade, a qual é regida pela complexa rede que compõe o sistema inconsciente. A grosso modo entendemos que o instinto e o impulso criativo, bem como os sentimentos e emoções são forças autônomas do espírito que compõe e norteia a energia psíquica. Assim, passamos a compreender este tema não como uma habilidade sobrenatural, mas como um processo natural e inexorável de todo ser humano.
Refletindo sobre a primeira pergunta (o que é crescimento espiritual?), sinto que não se trata de nenhum lugar, objetivo ou comportamento de contornos pré-definidos, pois não pode ser de modo algum mensurado. Cada ser humano possui características singulares e distintas, uns dos outros, sendo totalmente inadequado estabelecer um padrão pré-determinado que indique em que grau nos encontramos no processo de evolução.
Quem poderá afirmar com certeza que é mais evoluído do que outro? Quem se arrisca a dizer que tem o pleno controle de todas as regras da vida? E mais, o que sabemos realmente sobre a grande verdade, se apenas conseguimos vislumbrar de modo tênue aquela parte da verdade que nos cabe?
Consideramos que certa pessoa é “evoluída” quando leva uma vida saudável, próxima à natureza e que se dedica à bondade e caridade. . O crescimento espiritual, porém, é bem mais amplo do que isso; corresponde a um processo pessoal e intransferível pelo qual todo ser humano terá que passar. Diz respeito à alma, a estruturação da personalidade e a capacidade de manifestar o eu real, combinando no seu interior as leis cósmicas e humanas.
Ou seja, o crescimento espiritual demanda tempo e se desenrola a partir das experiências vividas e dos relacionamentos interpessoais. A evolução se dá á medida que aceitamos e respeitamos o nosso mundo interno e o relacionamos de modo complementar e unificado aos elementos externos. Um dos sinais da maturidade é quando conseguimos seguir livremente os impulsos anímicos, aliando-os a uma consciência flexível que age a serviço do todo, gerando assim um estado de contentamento, paz e integridade.
Passemos agora para a segunda pergunta: Qual o caminho que nos levará ao crescimento espiritual? Mais uma vez prefiro desmistificar esta questão ao invés de oferecer-lhe uma indicação que talvez seja muito difícil percorrer.
Vejamos este exemplo. Quantos caminhos existem para se chegar ao sul do país? Inúmeros, não é verdade? O trajeto que iremos escolher dependerá das nossas necessidades e das condições que dispomos para realizá-lo. Assim, podemos ir de carro, navio ou de avião, conforme a possibilidade de tempo. Podemos também escolher uma viagem tranqüila, sem muitas companhias, ou momentos de adrenalina e aventuras, cercado de diversas pessoas. Há ainda a opção de aproveitar as belas paisagens do caminho, ou simplesmente ouvir o som, ler um livro e tirar uma boa soneca enquanto não se chega ao destino.
Como vimos, o caminho que nos levará ao crescimento espiritual é uma escolha pessoal e de poder intransferível. Somente nós sabemos o que nos é mais agradável e adequado. Somente nós conhecemos profundamente as necessidades e os anseios de nossa alma. Pois, somente em nós poderão ser registradas as marcas das experiências vividas, com toda sua intensidade, alegria, dor e prazer.
Portanto, estar no caminho do crescimento espiritual significa compreender e viver em estado de obediência e respeito às leis que regem o macrocosmo e o microcosmo. É conviver consigo mesmo, com o outro e com os demais elementos da natureza de forma harmoniosa, complementar e unificada. Sabemos que estamos evoluindo quando nos preocupamos mais com o universo e menos com os desejos do ego; quando desenvolvemos em nosso ser um sentimento de pertencimento ao Tudo que É; e priorizamos os valores do “ser” em detrimento do “ter”.
Com a evolução é impossível manter as dicotomias espírito/matéria, consciente/inconsciente, bem/mal. A vida ganha um sentido maior e há uma integração coerente da luz e da sombra. As necessidades e os desejos do instinto são amorosamente ouvidos e saciados, para que futuramente - exauridos - possam dar lugar ao desapego e ao amor incondicional. As sementes da esperança e da fé brotam do centro cardíaco e passam finalmente a tomar as rédeas de nossa vida.
Por isso, eu confio no discernimento que o meu coração tem para me mostrar - não o caminho mas os vários caminhos - pelos quais preciso passar nessa vida para aprender e transcender a mim mesma a cada dia. Acredito na respiração, nas sensações físicas e nos sentimentos como verdadeiros guias que norteiam minhas decisões. E permito que meus impulsos mais genuínos aflorem como forças construtivas, dissipando os obstáculos e clareando as sombras.
E no bailar misterioso e incessante que movimenta a roda da vida sigo feliz, as vezes tranqüila, outras hesitante, mas sempre em busca de manter o ego e o eu divino caminhando juntos numa só direção.
Namastê! (O Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em ti)
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