Fonte: Idmedpet
Os cuidados com gatos recém-nascidos
não são tão enfáticos quanto os com cachorros, mas uma atenção especial
deve ser dada. Deve-se preparar o local onde os felinos vão ficar antes
mesmo da data provável do parto. O ambiente deve ser seguro, tranquilo,
com temperatura ideal e que dê conforto tanto para a mãe como para os
filhotes.
Uma semana antes do parto deve-se reservar uma caixa de papelão ou
madeira de tamanho médio para acomodar confortavelmente a fêmea e a
ninhada. Um dia antes do parto, a gata para de comer e vai procurar sua
caixa.
O parto começa com as contrações, mas, se a fêmea estiver fazendo
força por muito tempo ou perder mais de uma colher de sopa de sangue e
nenhum filhote nascer, é necessária a intervenção veterinária.
Depois de dar à luz o primeiro filhote, o intervalo entre os
nascimentos pode ir de 10 minutos a duas horas. A própria mãe corta o
cordão umbilical e lambe o filhote para estimulá-lo e secá-lo. Pode ser
que a gata coma a placenta, pois, por instinto, a fêmea mantém o
ambiente limpo, para não atrair predadores.
“É importante que fiquem em uma caixa forrada com panos limpos, pois,
se ficarem em um local que não seja cercado, o filhote pode se afastar
da mãe e dos outros filhotes e morrer por hipotermia (temperatura abaixo
do normal), já que filhotes têm dificuldade em controlar a temperatura
corporal. Por esse mesmo motivo, o local escolhido deve ter temperatura
amena (nem muito abafado, nem expostos a correntes de ar ou
ar-condicionado)”, afirma a veterinária especializada em gatos Cynthia
Brandão.
A partir de então a gata vai passar praticamente todo o dia na caixa,
saindo apenas para fazer suas necessidades. Por isso é bom colocar água
e comida perto para os filhotes não ficarem sozinhos. A própria mãe se
encarrega da limpeza da cria e da caixa, lambendo os genitais e ânus dos
filhotes e comendo os dejetos.
Algumas fêmeas são menos hábeis com as crias e algumas delas chegam a
rejeitar seus filhotes. Neste caso, o recomendado é procurar uma gata
que esteja produzindo leite e que aceite os filhotes ou, então, oferecer
leite na mamadeira, de hora em hora. A ausência da mãe faz com que o
dono tenha de massagear e estimular os gatinhos a defecar.
Aos 15 dias, os bebês já estão com os olhos abertos e dão os
primeiros passos. A partir dos 45 dias, já podem ficar distantes da mãe
embora seja recomendável que isso aconteça apenas a partir dos 60 dias.
É importante ter o cuidado de não separar todos os filhotes de uma
vez, pois a fêmea pode ficar desesperada procurando a cria. Sem os
"consumidores", o leite vai empedrar, podendo provocar mastite
(inflamação das mamas, com febre, perda de apetite e dor).
Alimentação
Como animais independentes, os gatos cuidam de sua
própria alimentação logo após o parto. A mãe posiciona os filhotes
próximos da mama para que os mesmos já consigam obter o leite e assim
poderem se alimentar. “O ideal é que eles mamem até pelo menos os 2
meses de idade. Não é preciso suplementar com outro alimento. É
aconselhável que a mãe se alimente com ração para filhotes desde o terço
final da gestação até o filhote desmamar. Se por acaso a mãe morrer ou
rejeitar os filhotes, deve-se alimentá-los com leite artificial próprio
para gatinhos recém-nascidos (existem bons produtos no mercado), a cada 2
horas”, explica a veterinária Cynthia Brandão.
Alimentá-los no início poderá ser difícil, pois normalmente os
filhotes estranham o bico de borracha das mamadeiras. Também se pode
tentar uma seringa sem agulha. Porém o instinto da alimentação os fará
com que, aos poucos, aceitem. O animal nunca deve ser alimentado de barriga
para cima, pois o leite pode ir para os pulmões. Se mesmo assim eles
rejeitarem a mamadeira, é necessário procurar a ajuda de um veterinário.
A partir da terceira semana, os gatinhos mamam apenas duas vezes ao
dia. Nesse período já é possível deixar disponível um pires raso com
leite fresco para que o animal vá se acostumando a beber sozinho. A
partir de quarenta semanas, os gatos costumam iniciar com comida para
gatos adultos.
Desmame
Os primeiros dentes a surgir são os incisivos e, no caso dos gatos, o surgimento ocorre entre a 2ª e a 3ª semana de idade. Isso causa desconforto às fêmeas amamentantes, que começam a rejeitar as mamadas.
Os primeiros dentes a surgir são os incisivos e, no caso dos gatos, o surgimento ocorre entre a 2ª e a 3ª semana de idade. Isso causa desconforto às fêmeas amamentantes, que começam a rejeitar as mamadas.
Nesse mesmo período, a ninhada já se mostra mais ativa, se interessa
mais pelo ambiente a sua volta e os filhotes necessitam de uma fonte
maior de energia para seu crescimento. A produção de leite da gata
também começa a cair a partir da 3ª ou 4ª semana após o parto (quando
ocorre o pico de lactação) e as fêmeas podem regurgitar alimentos como
forma de complementar a nutrição de seus filhotes. Sendo assim, o ideal é
iniciar o desmame por volta da quarta semana de vida, oferecendo
alimentação semissólida (ração seca umedecida com água ou leite,
papinhas de desmame, comida caseira) aos filhotes; os gatos
progressivamente diminuem as mamadas e ingerem uma maior quantidade do
alimento sólido, adaptando-se gradativamente.
A alimentação sólida pode ser composta por comida caseira ou ração
específica para filhotes. A frequência de alimentação varia conforme a
idade dos filhotes: antes de 90 dias são 5 refeições diárias, a partir
dos 90 dias, 4 refeições, e dos 6 meses a 1 ano, 3 refeições diárias.
Vale lembrar que o fornecimento de água limpa e fresca também é muito
importante para o bom desenvolvimento dos filhotes.
Vacinas
A vacinação é, sem dúvida, um dos cuidados mais importantes, tanto para os filhotes como para os gatos adultos, porém não se deve vacinar um animal com menos de 45 dias de idade. Nessa idade as vacinas são neutralizadas pelos anticorpos passados da mãe para o filhote.
A vacinação é, sem dúvida, um dos cuidados mais importantes, tanto para os filhotes como para os gatos adultos, porém não se deve vacinar um animal com menos de 45 dias de idade. Nessa idade as vacinas são neutralizadas pelos anticorpos passados da mãe para o filhote.
Os animais devem ser imunizados antes de começarem a ter contato com
outros felinos. É importante também fazer o reforço anual das vacinas.
Existem muitas doenças virais que podem aparecer em gatos e causam grande número de mortes, principalmente nos filhotes.
Existem muitas doenças virais que podem aparecer em gatos e causam grande número de mortes, principalmente nos filhotes.
Todos os gatos a partir de dois meses devem ser vacinados pelo menos
uma vez por ano. As doenças prevenidas com as vacinas são a
rinotraqueíte, a calicivirose, a panleucopenia, a leucemia felina e a
clamidiose.
O ciclo de vacinas se inicia com 60 dias, com a 1ª dose vacina
múltipla. 30 dias depois se aplica a 2ª dose e novamente aguarda-se o
mesmo período para aplicar a vacina antirrábica.
Cuidados gerais
Gatos são animais que vivem de forma muito independente, diferente dos cães. Enquanto filhotes deve-se preocupar apenas com a alimentação, higienização e acomodação deles. A alimentação deve ser feita de forma paciente. Para gatinhos recém-nascidos, deve-se dar o leite pelo menos cinco vezes ao dia ou toda vez que eles chorarem. Quando for dar, basta amornar um pouco da mistura e dar com a ajuda de uma seringa sem agulha.
Gatos são animais que vivem de forma muito independente, diferente dos cães. Enquanto filhotes deve-se preocupar apenas com a alimentação, higienização e acomodação deles. A alimentação deve ser feita de forma paciente. Para gatinhos recém-nascidos, deve-se dar o leite pelo menos cinco vezes ao dia ou toda vez que eles chorarem. Quando for dar, basta amornar um pouco da mistura e dar com a ajuda de uma seringa sem agulha.
Filhotes só fazem xixi e cocô quando estimulados pela mamãe gata. No
caso de órfãos, após alimentá-los, é necessário pegar uma gaze umedecida
em água quente e esfregar na área genital e anal do gatinho várias
vezes. Ele irá fazer xixi ou cocô, e após isso é preciso fazer a limpeza
com o paninho úmido e depois secar com um paninho seco.
É importante sempre manter os animais aquecidos e em um local seguro e aconchegante, para que eles não sintam medo e não fiquem chorando.
É importante sempre manter os animais aquecidos e em um local seguro e aconchegante, para que eles não sintam medo e não fiquem chorando.
A veterinária Cynthia Brandão recomenda também que não se deve deixar
panelas com conteúdos quentes com o cabo para fora, pois o gato pode
pular e derramar em cima dele. Após usar o fogão, abaixar a tampa, pois o
animal pode pisar na grelha quente e adquirir uma queimadura nos pés.
Uma dica importante também é não deixar linhas de qualquer tipo (fio dental,
lã, linha de costura, etc.) pela casa, pois os gatos adoram brincar com
isso e acabam engolindo as linhas, o que provoca uma lesão grave no
intestino, cujo tratamento é cirúrgico, e muitas vezes pode causar a
morte do bicho.
Cynthia Brandão da Costa Maia é médica-veterinária (CRMV-ES 637) pelo Centro Universitário Vila Velha e especializada em Residência em Clínica Médica de Pequenos Animais pelo UVV e em Clínica Médica de Felinos pelo Instituto Qualittas.
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