Os australianos heterossexuais, que estão em um relacionamento longo,
não andam muito satisfeitos com sua vida sexual. Cientistas
entrevistaram 3.420 homens e 3.304 mulheres que eram casados, que viviam
com seus parceiros ou que já estavam há um bom tempo num
relacionamento, sobre a vida sexual deles. Além de acharem que não estão
fazendo sexo suficiente, eles também estão descontentes com seus
relacionamentos.
A maioria dos homens, 54%, e 42% das mulheres responderam que eles
não estavam contentes com a frequência com que faziam sexo. Para os
homens, a reclamação principal era que eles não estavam fazendo sexo
tanto quanto gostariam. Entre as mulheres insatisfeitas com a frequência
das relações sexuais, dois terços responderam que não estavam fazendo
sexo o suficiente, enquanto um terço reclamou que estava fazendo demais.
Das pessoas que participaram do estudo, 73% eram casados e 60% estava
com seu companheiro a mais de 10 anos. Homens com idade entre 35 e 44
anos, que estavam a mais de seis anos ou mais com a mesma mulher eram os
mais insatisfeitos. Além disso, os homens e as mulheres que não estavam
contentes com o número de relações sexuais também não estavam felizes
com o relacionamento de maneira geral.
“A maioria das pessoas nos estudos queriam fazer mais sexo do que
estão fazendo”, disse o professor da Universidade de Melbourne, Anthony
Smith. “Percebemos que há uma distância entre a frequência que as
pessoas definem como ideal e o número real de vezes que elas fazem sexo
dentro de um relacionamento”. E o problema não está ligado ao gênero,
ambos sexos estão tendo que dividir seu tempo entre o relacionamento, o
sexo e as obrigações do dia-a-dia. Quem sai perdendo é o casal.
“Eu acho que os casais não estão encontrando tempo para fazer sexo.
Não é possível forçar cada vez mais atividades no cotidiano das pessoas e
acreditar que elas vão ter tempo para fazer sexo com qualidade”,
acredita o Smith.
O co-autor do estudo, Anthony Lyons, acredita que os casais precisam
aprender a se comunicar melhor sobre sua vida sexual. “Eles precisam
conversar frequentemente e abertamente sobre sexo para achar um meio
termo sobre a quantidade de relações. Isto pode trazer muita
satisfação”, opina Lyons.
Para Smith, uma saída seria marcar um tempinho para o sexo como
fazemos com as nossas refeições e atividades em família. “Os casais
precisam se perguntar entre si: ‘quanto tempo nós queremos gastar
fazendo sexo e o que a gente pode eliminar da nossa rotina para ter este
tempo livre?’. Se as pessoas valorizarem o sexo como algo importante em
suas vidas a dois, e a maioria o faz, eles devem empurrar as atividades
sexuais para o topo da lista de prioridades”, conclui. [TheNewYorkTimes]
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