domingo, 26 de agosto de 2012

O Sexo ao envelhecer.


O Sexo e o Envelhecer

Fonte:Saúde Sexual

Lamentavelmente, porém com esperanças, nossa sociedade somente agora começa a engatinhar na compreensão dos anseios e dificuldades apresentadas pelos indivíduos ao envelhecer.

Mesmo atualmente, um casal de sexagenários que se beijassem, em público, de uma forma um pouco mais “quente”, certamente seria considerado ridículo. Enquanto isso, um casal de adolescentes, no maior “amasso”, ao lado, passaria despercebido. Esse tipo de comportamento social pode ser explicado pelo nosso desagrado em envelhecer.

Diante das críticas sociais e na grande maioria das vezes, sem dispor de informações sobre o que acontece com o seu corpo no processo de envelhecimento, algumas pessoas se acomodam e aceitam que sua vida sexual chegou ao fim.

Somente por conta de preconceitos é possível acreditar que as pessoas com mais de 60 anos perdem o interesse e a capacidade de manter uma vida sexual ativa.

O envelhecimento é um processo fisiológico normal e não uma doença. Está claro que quanto mais o indivíduo vive, mais sujeito está às diversas doenças conseqüentes ao desgaste natural dos órgãos e tecidos do organismo. Esta claro, também, que o indivíduo que cuidou de preservar a sua saúde, ao longo dos anos, melhor enfrentará o processo do envelhecer. A abstenção do fumo e do álcool, a prática de exercícios físicos regulares, a manutenção de um peso adequado são medidas importantes. Assim como o corpo, a sexualidade precisa ser exercitada. A atividade sexual na velhice, não é de forma alguma prejudicial ao organismo. Muito pelo contrário, a prática regular da atividade sexual é extremamente benéfica. Suas repercussões, tanto a nível físico, quanto emocional permitirão ao homem um envelhecer com melhores possibilidades.

E não basta se preocupar somente com o a saúde física cuidar da mente, é fundamental. As pessoas não devem se deixar levar por crendices e devem ser capazes de entender que o envelhecimento leva a uma série de alterações em todo o corpo, inclusive no ciclo de respostas sexuais do organismo. Quando isso não acontece podem apresentar uma série de preocupações infundadas e desenvolver um quadro de ansiedade com relação a sua sexualidade que com certeza será muito mais prejudicial do que a idade. Neste caso pode deixar de desfrutar de uma vida sexual agradável e prazerosa, mesmo sem apresentar qualquer tipo de problema orgânico.

Quando dotados das informações pertinentes, homens e mulheres são capazes de compreender o que acontece com o seu corpo à medida que envelhecem e aceitar as mudanças que se passam em seu organismo. Podem entender que o sexo e a intimidade podem continuar a ser praticados, sem anseios ou culpas, independente de rótulos ou falsos padrões de desempenho sexual.

O Homem e o Envelhecer

A Andropausa

O termo andropausa pretende estabelecer uma analogia com a menopausa. Esta corresponde ao período de vida da mulher caracterizado por importantes modificações hormonais. Na menopausa ocorre a parada da produção e eliminação de óvulos pelos ovários, com o desaparecimento do período menstrual. A andropausa seria uma fase da vida do homem, caracterizada por diminuição da atividade física e sexual, perda da massa muscular e da densidade do osso, distúrbios do humor, entre outras alterações. O principal fator desencadeante de tais alterações seria a diminuição dos níveis de testosterona (hormônio masculino) no sangue.

Embora alguns autores tenham tentado estabelecer uma comparação, existem controvérsias quanto à ocorrência no homem, de uma situação semelhante a que ocorre na menopausa feminina. A meu ver, a comparação com a menopausa não é adequada. No caso do homem, não existem alterações clínicas e laboratoriais tão marcantes como as que ocorrem na menopausa.

Modificações da resposta sexual masculina
em decorrência do envelhecimento.

Inúmeros pacientes procuram os médicos com a esperança de obter de volta a ereção que tinham quando eram jovens. O profissional deve ser capaz de tranqüilizá-los a respeito do processo normal do envelhecimento, despertando-os para consciência de que são perfeitamente capazes de manter uma atividade sexual satisfatória. Caso contrário estes pacientes iniciarão uma peregrinação pelos consultórios e acabarão afetados por uma obsessão pelo desempenho, incorrendo em tratamentos caros e na maioria das vezes desnecessários.

Uma das principais alterações observadas com a idade ocorre no tempo necessário para a ereção se processe. Se no jovem a ereção ocorre imediatamente após um pensamento erótico, no idoso o tempo decorrido será bem maior.

As sensações oriundas do próprio pênis, também são transmitidas ao cérebro com menor rapidez e intensidade, em decorrência do envelhecimento do sistema nervoso. Por isso, o idoso necessita de uma maior e mais prolongada estimulação tátil do que um jovem. O contato físico e o estímulo direto do pênis tornam-se bem mais necessários.

A quantidade do esperma pode diminuir com a idade. Isso decorre de uma menor secreção de líquidos pelas vesículas seminais e próstata. A força do jato ejaculatório também diminui. Independente dessas alterações, diferente do que ocorre com a mulher, a capacidade de reproduzir do homem não se interrompe com a idade.

A sensação do orgasmo, quando diminui, no homem idoso, está relacionada a fatores emocionais ou ao comprometimento do sistema nervoso e/ou vascular decorrente de diversas doenças, que são mais freqüentes a medida em que a idade aumenta.

O tempo necessário para uma nova ereção após uma ejaculação (período refratário), aumenta junto com a idade. Conforme já vimos, um jovem pode apresentar uma nova ereção, alguns minutos após ejacular. Um homem idoso pode necessitar de muitas horas e até dias para que tal procedimento seja possível.

O desejo não se modifica obrigatoriamente com a idade, embora seja esperada uma diminuição dos níveis de testosterona no sangue. No homem, os fatores emocionais, estão mais envolvidos no desejo do que o simples estímulo hormonal. Isso explica a razão de homens de idade avançada apresentarem seu desejo sexual preservado, mesmo com diminuição da secreção de testosterona.

As Incertezas da Parceira

Se o homem, na maioria das vezes, não entende as modificações que o seu organismo apresenta, em decorrência da idade, imaginem a sua companheira. Por absoluta falta de informações, a mulher pode interpretar essas mudanças de uma maneira completamente errada. Essa interpretação leva a medos infundados, cobranças prejudiciais e outras condutas inadequadas.

Acreditando as mudanças do comportamento de seu companheiro são devidas ao desinteresse por ela, a mulher pode afastar-se do parceiro. Esse tipo de conduta aumenta a insegurança do homem e agrava ainda mais a situação.

Quando homem não apresenta uma ereção imediata, a mulher, com receio de deixá-lo constrangido, pode desistir e parar de estimular o companheiro, privando-o do tempo necessário para que a ereção se processe.

Em qualquer situação, a falta de dialogo entre os parceiros impede o esclarecimento de dúvidas e anseios. O afastamento do casal incrementa um ciclo vicioso que dificulta a resolução dos problemas.

A Mulher e o Envelhecer

A mulher sofre ainda mais que o homem com os preconceitos relativos à prática sexual a partir de uma determinada idade. No entanto como vimos, estando a mulher de qualquer idade, em boas condições gerais de saúde não existem limitações orgânicas à atividade sexual. Nunca é demais repetir que, para evitar as conseqüências negativas das informações erradas que assimilamos ao longo dos anos é importante conhecer as modificações que ocorrem no organismo da mulher com o envelhecimento.

Menopausa

A menopausa corresponde a um período da vida da mulher em que ocorrem profundas modificações hormonais e metabólicas, que levam a interrupção do processo da ovulação e da menstruação. Geralmente inicia-se em torno dos 45 anos de idade, podendo, no entanto ser bastante variável de mulher para mulher.

A partir da menopausa, em virtude de não produzir mais óvulos, a mulher, obviamente, não é mais capaz de engravidar.

Apesar das modificações mencionadas, não existem razões significativas para que a sexualidade feminina se altere com a menopausa. Em muitos casos, vendo-se a mulher livre da possibilidade de engravidar, o interesse pelo sexo pode até mesmo aumentar.

Uma das principais queixas das mulheres após a menopausa é o ressecamento vaginal, devido à diminuição das taxas hormonais, principalmente dos estrogênios. Este ressecamento pode causar dificuldade, um certo desconforto e até mesmo dor à penetração do pênis. Este problema será facilmente resolvido através da reposição hormonal prescrita pelo médico.

As alterações hormonais e metabólicas também produzirão algumas modificações no corpo da mulher, notadamente no acumulo de gordura e na elasticidade da pele. Tais alterações têm ação mais intensa na esfera do emocional, pelo comprometimento da auto-estima e da imagem corporal, do que na resposta sexual propriamente dita. Independente dos cuidados com o corpo é importante que a mulher aprenda a envelhecer com dignidade, reconhecendo suas qualidades e seus pontos fortes. não considerando tão somente a sua condição estética. Procedendo desta forma, certamente não existirão razões para que a mulher se considere menos atraente para o seu parceiro.

Amor ou Sexo

Em idades mais avançadas, realmente, o comprometimento das condições físicas e a presença de doenças diversas podem comprometer o relacionamento sexual do casal. Nestas condições é importante lembrar que o amor e o sexo, apesar de andarem juntos durante boa parte da vida, são fatores independentes. Sentimentos como o companheirismo, o afeto, a cumplicidade e o carinho, descobertos e cultivados ao longo de toda uma vida, proporcionarão ao casal idoso a motivação e a alegria que estarão presentes até o fim de suas vidas.



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RÔ Carvalho

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