sexta-feira, 27 de abril de 2012

Quando ele não está interessado...

EDUCAÇÃO SEXUAL
O início da vida sexual das mulheres acontece em média aos 17 anos, e em relação aos homens, aos 15 anos, de acordo com pesquisa realizada pelo Projeto Sexualidade da USP, sob a coordenação da psiquiatra Carmita Abdo, a maior pesquisa sobre a vida sexual do brasileiro (“Início da vida sexual decepciona jovens”. Folha de S. Paulo, São Paulo, 24 out. 2004, p. C1). A pesquisa mostra: 58,6% dos rapazes se queixam de ejaculação precoce e de problemas de ereção; 58,7% das garotas citam a falta de orgasmo como o principal problema; apenas 1/3 dos jovens admitem utilizar regularmente a camisinha. Na avaliação de médicos, psiquiatras e psicólogos, não há problemas de disfunção sexual de ordem física nessa fase da vida. As dificuldades são atribuídas à imaturidade emocional, ao pouco conhecimento do parceiro e à falta de tranquilidade do ato sexual. A atração física contribui para o bom desempenho para 73,5% dos homens e 68,2% das mulheres; a tranquilidade (tempo suficiente), para 69,5% dos homens e 66,5% das mulheres; a intimidade com o parceiro, para 63,9% dos homens e 70,6% das mulheres; o “clima” (ambiente apropriado), para 63,6% dos homens e 70,5% das mulheres; o relacionamento com afeto (sentimento), para 62,3% dos homens e 77,2% das mulheres. Em 1993, a idade média nos casamentos legais era de 27,1 anos para homens e 24,0 anos para mulheres. Em 2003, a média subiu para 30,6 anos para homens e 27,2 para mulheres, de acordo com estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (Folha de S. Paulo, São Paulo, 22 dez. 2004, p. A1). Ainda de acordo com o IBGE, de 1993 a 2003, o número de casamentos passou de 747 mil para 749 mil; o número de separações, de 88 mil para 103 mil; e o número de divórcios, de 95 mil para 139 mil (46%). No Brasil, a média de relações sexuais é de 96 por ano. Esse número dá ao Brasil a 32ª posição num “ranking” de 41 países. A França vem em 1º lugar com uma média de 137 relações sexuais por ano. O Japão ficou em último lugar com uma média de 46 relações sexuais por ano. Outras classificações: Grécia, 2ª posição, 133 relações; Inglaterra, 9ª, 119; EUA, 15ª, 111; Itália, 19ª, 108; Tailândia, 24ª, 103 (Veja, São Paulo, n. 1884, 15 dez. 2004, p. 147). Se soubesse amar, o homem não elevaria a voz nunca, jamais discutiria, jamais faria sofrer. Mas ele ainda não aprendeu nada, embora já teve bastante tempo para aprender como gostar, como amar, observa Nelson Rodrigues (“Figuras do Brasil: 80 autores de Folha”. São Paulo: Publifolha, 2001, p. 206). Os amorosos dos nossos dias são tão ingênuos, inexperientes, ineptos, como Adão e Eva. O “romance” é uma soma de erros, de equívocos engraçadíssimos. O flerte é o momento mais doce do amor. Um simples olhar ou um sorriso leve é quanto basta para dois seres experimentarem a esperança de uma comunhão docemente infinita. Quem experimenta o verdadeiro amor, continua Nelson Rodrigues, já não sabe viver sem ele. Nem sempre as grandes causas liquidam o amor. Às vezes, ou quase sempre, são os pequeninos motivos (um bate-boca). Todos os fracassos matrimoniais vêm da soma de todos os “não chateia”, de todos os “não-amole”. Devemos reservar o melhor de nós mesmos, de nossa delicadeza, de nossa cerimônia, de nosso charme, para a mais secreta intimidade do lar. Não se deve chamar de “chato” o namorado, a noiva, a esposa, o marido. Se respeitássemos o nosso amor, não seríamos tão solitários e tão malqueridos. Infelizmente os homens não conseguem dizer diretamente a uma mulher o seu plano ou pensamento sobre ela. Mas os atos dos homens podem ser absolutamente reveladores, afirma Greg Behrendt, co-autora do livro “Ele simplesmente não é tão a fim de você – a verdade sem rodeios para entender os homens” (“He’s just not that into you – The no-escuses truth to understanding guys", Simon & Schuster, 2004). São sinais do desinteresse dos homens: 1) não telefona; 2) só telefona ou transa quando está bêbado; 3) diz só querer ser amigo; 4) está tendo um caso com outra pessoa ao mesmo tempo; 5) não quer casar; 6) não a convida para sair; 7) não a apresenta aos amigos. São desculpas inventadas pelas mulheres para esses sinais de desinteresse: 1) é muito ocupado; 2) não quer estragar a amizade; 3) tem medo de expressar seus sentimentos; 4) perdeu meu telefone; 5) tem medo de ser magoado de novo; 6) sente-se intimidado por mim; 7) acaba de sair de uma relação complicada. (“Livro sobre homens é febre entre mulheres”. Folha de S. Paulo, São Paulo, 17 out. 2004, p. A30). “Apesar de meus 30 anos de pesquisa sobre a alma feminina, não fui capaz de responder à grande questão (nunca foi respondida): o que quer uma mulher?”, comentou Sigmund Freud (1856-1939). Não vejo o orgasmo como um fim, senão o mais prático seria a masturbação, mais rápida, garantida e não se precisa conversar depois, diz Ana Paula Arosio, atriz (Veja, São Paulo, 22 dez. 2004, p. 44). Esquece a localização geográfica e brinca no mapa todo, responde Penépole Nova, apresentadora da MTV, à pergunta de um garoto sobre a localização do ponto “G” na garota (id.). Ele gosta de bufê, e eu prefiro “à la carte”, explica Pamela Anderson sobre o término de seu namoro com Brett Michaels. Ela o surpreendeu fazendo sexo grupal (id.). AMOR, CASAMENTO E ADULTÉRIO Boa sorte, só não esperem o amor durar para sempre. Essa a mensagem para os recém apaixonados de Laura Kipnis, pesquisadora americana, autora de “Contra o amor – Uma polêmica”, a ser lançado no Brasil (Veja, São Paulo, n. 1854, 19.mai.2004, p. 11), para quem apaixonar-se é o sentimento utópico mais interessante do mundo. Nos EUA, apenas 38% das pessoas consideram-se felizes em seu casamento; revelador da fragilidade da instituição, o índice de divórcio é de 50%. O problema do casamento (continua Kipnis) não decorre talvez das pessoas, mas da incapacidade do casamento em cumprir as promessas de felicidade. O casamento transforma pessoas agradáveis em tiranos e a diversão favorita passa a ser tentar modificar o comportamento do cônjuge. O casal passa a conviver permeado por regras. A infelicidade no casamento estressa e deprime a pessoa. Algumas pessoas tentam duas, três ou mais vezes e continuam acreditando no casamento; os relacionamentos, imaginam elas, falharam por falta da pessoa certa ou por terem incorrido em erros. Essas pessoas não descortinam o problema na instituição do casamento em si ou nas suas expectativas impossíveis. Quando o casamento não está proporcionando a felicidade prometida, é natural as pessoas procurarem outras fontes compensatórias de satisfação, seja no adultério, seja em doses triplas de Martini. O ser humano é um animal sempre em busca do prazer, embora, na maior parte do tempo, esteja limitado e tenha de renunciar os desejos. O adultério sustenta o casamento e permite a continuidade da situação de infelicidade. É uma forma de protesto à lei da fidelidade, mas sem potencial transformador, pois para mudar deveria ser um protesto aberto. Quanto mais as mulheres avançam no mercado de trabalho e conquistam a independência financeira, mais elas traem, em razão das oportunidades e da liberdade. A instituição do casamento não deverá acabar, mas deverá mudar muito por duas razões: 1) econômica (os cônjuges têm, cada vez mais, independência financeira um do outro); 2) caráter temporário do primeiro casamento (cada vez mais, jovens iniciam um casamento como uma experiência de vida e já imaginam o seu término). A influência do relacionamento dos pais na educação da criança é balela. O bem da criança não deve ser direcionado para a forma como os pais se relacionam (se vivem juntos ou não). É só mais um argumento para perpetuar o casamento. Há outros fatores mais importantes para o desenvolvimento da criança, como a condição socioeconômica da família.

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