domingo, 2 de outubro de 2011

Muheres que amam demais -Estudo

Fonte: http://www.acessa.com/mulher/arquivo/eles/2003/05/28-mada/Quando amar demais faz sofrer
Juiz de Fora dá os primeiros passos para a criação de uma filial
do grupo Mulheres que Amam Demais Anônimas - Mada



Tâmara Lis


Chego à reunião um pouco atrasada. As quatro mulheres estão sentadas em círculo em uma sala pequena. Elas têm entre 30 e 50 anos, são bonitas e me recebem com grande amabilidade.
É possível notar as diferenças entre elas, a mais jovem, fico sabendo depois, trabalha no setor financeiro, a outra é visivelmente uma pessoa de classe social mais privilegiada, deve ter quase cinqüenta anos, mas o visual bem tratado e jovial faz com que aparente muito menos. As outras duas devem ser donas de casa, mas também são muito diferentes. Apesar disso, uma coisa elas têm em comum: são mulheres que amam demais .

Uma vez por semana, elas se reúnem para falar de suas experiências, (dar seus depoimentos, na linguagem do grupo) sobre a "dependência de pessoas". São mulheres que sofrem com o amor excessivo em relação a maridos, noivos, namorados, filhos, amigos...

As reuniões são o primeiro passo para criar, em Juiz de Fora, uma filial do grupo Mada- mulheres que amam demais anônimas e, então, ajudar outras pessoas que, assim como elas sofrem por amor. O grupo foi criado há 20 anos nos Estados Unidos e segue a linha dos Alcóolicos Anônimos, baseando-se, principalmente, no anonimato das participantes e em reuniões onde o depoimento de cada uma é a base para a melhora individual.

De que o amor em excesso é capaz
Salete, assim como suas colegas, tem muitas histórias de sofrimento por amor para contar. Ela diz em seu depoimento que já sofreu demais por amar as pessoas erradas. Sua escolha foi sempre por quem tinha problemas com mentiras e bebidas e ela era a quem mais sofria com tudo isso.

Salete conta que já sofreu demais calada e que chegou ao ponto de perceber que não conseguiria mudar sua vida, inclusive a relação de mãe super protetora, se não estivesse fazendo parte do grupo. Apesar de sempre demonstrar ser uma mulher equilibrada e tranqüila, ela admite que percebeu que tinha chegado ao limite quando agrediu fisicamente seu ex-namorado. Mas agora, diz ela, as coisas estão mudando e ela aprendeu que mais importante que amar ao outro e amar a si própria.

História parecida com a de Bárbara que sofre com o ciúme exagerado que tem do marido. Ela conta que já chegou a perder a cabeça por causa deste amor desmedido, mas hoje já se controla melhor e diz que até mesmo o marido já percebeu as mudanças, "não me arrumo mais para meu marido, agora me arrumo, para mim, quero ficar bonita para mim, porque sei que eu sou a pessoa mais importante", diz.

Motivação para continuar
Cecília, mãe de família, compartilha com o grupo suas vitórias. Os filhos a incentivam no processo de melhora e lhe dedicam palavras de incentivo para que ela consiga se livrar do sofrimento.

Ninguém é obrigada a se manifestar durante as reuniões. E as duas mulheres que chegaram depois de mim preferem ficar caladas, apenas ouvindo os depoimentos. São mulheres bonitas, bem arrumadas e que não se parecem em nada, assim como as outras do grupo, com o estereótipo de mulheres que sofrem com relacionamentos.

Não são descontroladas, não choram, esperam pacientemente sua vez de falar e se parecem em muito com grande parte de nossas amigas, primas, irmãs e conhecidas que se reúnem para conversar sobre seus problemas de relacionamento. As mulheres ouvem com calma os depoimentos, e não há interrupções. Ninguém dá conselhos ou crítica. O objetivo é se reconhecer no problema do outro e, quem sabe com isto, resolver suas próprias deficiências.

A reunião termina e as mulheres vão saindo uma a uma. A despedida é afetuosa e elas prometem voltar na próxima reunião. Saem, aparentemente, mais felizes do que chegaram.

Problema antigo
De acordo com a neurologista Sandra Fortuna, mesmo com o interesse maior sobre o tema estar acontecendo atualmente pelo enfoque abordado na novela Mulheres apaixonadas, através da personagem Heloísa (vivida por Giulia Gam) podemos encontrar relatos de não somente mulheres, mas também de homens que amam exageradamente há muito tempo.

Ela acrescenta que "podemos entender que as pessoas que amam demais, na verdade, apresentam uma dependência emocional que pode trazer todas as repercussões danosas ao homem, tanto quanto qualquer dependência química. Repercussões estas que podem ocasionar alterações psicossomáticas levando a pessoa adoecer e, portanto, causando sofrimento".

A neurologista acrescenta que a dependência gera um medo intenso de vivenciar ou até mesmo de vislumbrar a possibilidade de perda do ente amado.

Clique aqui para ler o artigo da psicanalista Vânia Fortuna

Sabendo a hora de procurar ajuda!

Torno-me obsessiva com os relacionamentos?

Nego o alcance do problema?

Minto para disfarçar o que ocorre numa relação?

Evito as pessoas para ocultar os problemas?

Repito atitudes para controlar a relação?

Sofro acidentes devido à distração?

Sofro mudanças de humor inexplicáveis?

Prático atos irracionais?

Tenho ataque de ira, depressão, culpa ou ressentimento?

Tenho ataques de violência?

Sinto ódio de mim mesma e me auto-justifico?
Se você respondeu afirmativamente a três das doze perguntas, é uma mulher dependente de pessoas. Está na hora de procurar ajuda!

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