quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Conhecendo e Descomplicando Deus!



Jo 2.12 – 25
pregado em 08.03.09 – Noite

Temos a capacidade de sistematizar e tornar qualquer coisa simples algo extremamente complexo.
Assim aconteceu durante a corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética. Os russos conseguiram enviar a primeira missão tripulada ao espaço que retornou em segurança à terra, quando a nave Vostok I deu uma volta completa ao redor da órbita do nosso planeta com o astronauta Iuri Gagarin a bordo, em 12.04.1961. Nesta ocasião ele imortalizou a frase: A Terra é azul! Depois disso, os americanos realizaram a primeira alunizagem com a Apollo 11, em 20.07.1969, quando Neil Armstrong pisou em solo lunar e proferiu a célebre frase: “este é um pequeno passo para o homem, mas um grande passo para a humanidade”. Neste duelo particular conta-se que os astronautas encontraram um problema em órbita. Sem a força da gravidade, as canetas convencionais não escreviam. A NASA, agência americana, investiu milhares de dólares em tecnologia de ponta para pesquisa e desenvolvimento de uma caneta que escrevesse em qualquer situação. Diz-se que os russos resolveram esta questão simplesmente usando um lápis...
Falam sobre as antigas geladeiras que tinham aquelas alavancas para trancá-las, posicionadas pelo lado de fora. Algumas crianças morriam presas quando brincavam de se esconder. Muito foi feito para que houvesse um sistema de segurança e uma possibilidade de abertura por dentro, etc. Alguém, um dia, simplesmente colocou uma fita imantada e resolveu o problema...
Em nossas vidas ocorre quase a mesma coisa. Costumamos complicar as coisas...
Estabeleci um plano para que os passarinhos não comessem mais a ração do cachorro lá em casa. Tracei estratégias, instiguei o zelo de nossa cachorra à cuidar de sua comida, mudei o comedouro de lugar, até encomendar uma rede que cobrisse toda a área aberta do fundo do quintal para que eles não tivessem acesso à comida. Eles me enganaram completamente. Então, certo dia, troquei a ração... e eles pararam de vir atrás dela.

Neste texto o que está acontecendo é exatamente isso. Deus havia estabelecido leis para a instituição de um povo, leis estas que na verdade revelavam traços do Seu caráter. Junto a elas, Deus estabeleceu um processo de culto que fosse aberto para todos os que quisessem se aproximar dEle. Ele mesmo encheu o templo com a Sua glória. Mas o povo estabeleceu um sistema religioso tão complexo que multiplicou a lei de Deus em preceitos e normas que era impossível seguir, e a estrutura do culto em procedimentos quase infinitos para se chegar a Deus. Eles não compreenderam o objetivo e o sentido das instruções que receberam. Essa era uma das missões de Jesus: descomplicar. Por isso Ele purifica e depois substitui o templo, a maior referência da religiosidade judaica. Este texto, paralelo ao anterior (2.1-11), representam a total renovação que Cristo está propondo ao homem. “A purificação do templo, a seu modo, como a transformação de água em vinho de outro modo, é um sinal iminente da substituição da ordem antiga pela nova”. (F.F. Bruce em João, Introdução e Comentário, p 77) E, embora aqui não haja referência a nenhum sinal [durante a purificação do templo], este é um momento mais “forte” do que o casamento em Caná, pois se relaciona diretamente à missão de Jesus. (C.F. PFEIFFER e E.F. HARRISON em Comentário Bíblico Moody, Vl 4, p 181)
Jesus reage ao que vê porque o comércio no templo encobertava o objetivo e o sentido dos sacrifícios expiatórios. Jesus percebe que não era preciso “trazer nada”, apenas dinheiro, para se cumprir um ritual que se empobrecia de sentido, pois tudo se conseguia lá mesmo, até um câmbio para trocar as moedas estrangeiras por dinheiro local e aproveitar pagar a taxa anual da maioridade, durante a Páscoa [meio siclo ou meio tírio]. Assim, era provável que os mercadores e cambistas estivessem usando o pátio externo do templo, ou chamado “pátio dos gentios”, lugar máximo onde um não judeu poderia chegar para adoração. Com esta prática comercial, poderiam impedir este ato de culto livre. Então, Jesus expulsa comerciantes, animais e cambistas do templo. Aqui não se discute que Jesus tenha usado de violência...
Provavelmente foram os responsáveis pelo templo que reconheceram seu ato e, por isso, questionaram a autoridade de Jesus. Na verdade ano se preocuparam muito com o comércio, mas em saber o porquê justo Jesus estar tomando esta atitude. Para isso lhe pedem um sinal miraculoso. Jesus os questiona confrontando-os com seus próprios paradigmas. Ele diz: Destruam (vocês) este templo, e eu (Cristo) o levantarei em três dias. Eles não estavam dispostos a saber qual era a autoridade de Cristo. O texto esclarece depois que Jesus estava falando de seu próprio corpo ressurreto – e que os discípulos demoraram para entender.
Isso nos leva ao ponto principal. Não são o templo nem a religiosidade que aproximam o homem de Deus, mas o que a resposta a essas coisas deveriam representar para o homem. Agora, porém, Jesus torna-se “o ponto focal de manifestação de Deus ao homem, a habitação viva de Deus sobre a terra, o cumprimento de tudo o que o templo significava e o centro de toda a verdadeira adoração. Nesse ‘templo’, o sacrifício definitivo aconteceria...” uma vez por todas. (D. A. Carson, em O Comentário de João, p 182). A Igreja do primeiro século entendeu a “substituição do templo material condenado [At 6.13s] por um templo novo e espiritual [1 Co 3.16; 2 Co 6.16; Ef 2.21,22; 1 Pe 2.4,5]” (F.F. Bruce em João, Introdução e Comentário, p 76). E nós também precisamos entender isso.
O texto encerra dizendo que, depois, mais uma vez, muitos viram a ação de Cristo, mas não se convenceram de que um verdadeiro posicionamento ao Seu lado era necessário. Creram porque viram os sinais, mas não se entregaram efetivamente a Ele. Não enxergaram nEle a revelação do próprio Deus.

A verdade é que Jesus veio “descomplicar nosso relacionamento com Deus”. Ele substituiu o templo edifício por um templo pessoal – a automanifestação de Deus – e o transferiu para um templo corporal, a saber, a todos aqueles em que Ele habita. Só é possível encontrar-se com Deus, em Cristo.
Parafraseando Armstrong: “Este é um pequeno passo para Deus, mas um grande passo para a sua vida”.
Onde o estamos procurando?
Pr. Josimar
Igreja Batista Central de Rio Claro-Goiás

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