quinta-feira, 2 de junho de 2011

A Mulher Não Existe!- reflexões sobre o ser mulher



Por Tatiana Ferreira Peres

Lacan, psicanalista francês, dizia: “A mulher não existe!” Incompreendido e muitas vezes taxado como machista, demonstra nesta expressão, outra verdade: a mulher representa a multiplicidade, o que torna cada uma em um ser único e belo.

“A mulher não existe”, demonstra também a dificuldade de compreender como um único ser pode dar conta de representar tantos papéis ao mesmo tempo e ainda se esforçar para estar bem e jovem diante de tantas mazelas.

No inicio da vida, observamos a criança menina, descobrindo as diferenças entre os sexos e já em suas brincadeiras, aprendendo ser mulher. Não reconhecemos que o aprender a ser mulher é algo que se perpetua ao longo da vida.

Passa sua adolescência aprendendo a lidar com os meninos e sua sexualidade, muitas vezes podada ou mal interpretada; condição que irá influenciar sua vida adulta. Seu corpo e suas vontades primeiro é responsabilidade dos pais e depois cuidada pelo marido.

Num primeiro momento escuta inúmeras vezes: ISSO NÃO É COISA DE MENINA! E depois…MOÇA DIREITA NÃO FAZ ISSO!

Quando adulta a mulher tem que cuidar de sua família, no lugar de filha, cuidar de seu marido, no lugar de esposa, cuidar de seus filhos, no lugar de mãe e muitas vezes, ser profissional que trabalha fora e ainda ter tempo de estar com as amigas e cuidar de si. Entretanto, esse cuidar de si, nem sempre é para ela própria, mas para garantir todos os lugares que ela precisa ocupar. Para isso, geralmente, se dispõe das diversas formas de dor, desde a depilação com cera até a lipoaspiração;

Do lugar de submissão vivido pelas mulheres do passado, passamos a lutar por uma liberdade e igualdade de direitos. Doce ilusão! Estamos ainda aprisionadas em paradigmas de como deve ser uma mulher e no geral, algo de sofrimento tem que ter nisso. Hoje a mulher tem que ser forte e dar conta de tudo, ela até consegue, mas a que preço?

Lembro-me de quando me tornei mãe; jovem, sempre encontrava alguém mais velho para dizer que eu estava fazendo algo errado e que haveria outra forma, outro jeito que estaria certo. Mito que vai sendo difundido pelas próprias mulheres, mesmo sabendo que nem sempre se sabe por que o bebê está chorando… mas sempre tem alguém a dizer o que fazer, gerando um grande sentimento de culpa e a sensação de que nunca se acerta; principalmente quando se é mãe. Se o filho é mal educado, se fica doente, se vai mal na escola é culpa da mãe que não cuidou direito, assim como diante do divorcio, a culpa da mulher, que não soube segurar o marido.

Ser mulher deveria ser algo livre e humano, onde o desejo e a felicidade deveriam ser a prioridade. A mulher não tem que ser igual ao homem ou superior a ele; tem que ser ela mesma, apropriada do seu ser, valorizada e respeitada nas suas diferenças e fragilidades. Porque é isso que torna o ser mulher algo especial. Sonho para que as mulheres possam viver a vida de um jeito mais leve e divertido. Que possam ser livres e que cada uma, do seu jeito, possa descobrir e experimentar o prazer de ser mulher!

SER MULHER NÃO É DAR CONTA DE TUDO.

SER MÃE NÃO É PADECER NO PARAISO.
Fonte:Psicologia do Cotidiano

2 comentários:

  1. Gostei muito desse!
    Parabéns pelo blog, por procurar e dividir o que encontra conosco.
    Sucesso!!!

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  2. Obrigada por compartilhar minhas reflexões.
    Grande abraço.
    Tatiana

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