domingo, 8 de abril de 2012

O Trauma da Separação a Dois.


O Trauma da Separação a Dois

Há uma altura em que tem que dizer ‘Basta!’. A situação tornou-se insuportável, não há qualquer carinho entre os dois, e as discussões estão na ordem do dia. Nessa altura, a separação é o único caminho a seguir!

Há muito tempo que vocês não falam, e quando o fazem apenas sabem discutir. Nenhum dos dois é capaz de dar esse passo, agarrados a um sonho ou a uma tradição, e as coisas têm tendência a continuarem sem, no entanto, terem motivos para tal. É o medo do arrependimento, da solidão, da falta daquela companhia, ainda que muda e fria, que a faz permanecer agarrada a essa situação. Continuar assim não vai adiantar e apenas vai ajudá-la a colocar ainda mais em baixo a pouca auto estima e confiança que lhe restam!

Se, por um lado, a separação parece ser a única saída, a concretização desta resolução pode também não ser muito positiva para si, apenas numa primeira fase. Há um sentimento de perda no ar, a pessoa tem tendência a sentir-se muito só, e muitas são aquelas que julgam que era preferível a situação de uma união, ainda que insatisfeita, do que a actual. Independentemente dos motivos que levam duas pessoas a separarem-se é lógico que a situação de ruptura é sempre difícil para ambas as partes. Construir uma vida diferente, começar tudo do zero, encarar familiares e amigos é sempre difícil, mas antes de pensar nos outros é conveniente pensar primeiro em si e no seu bem estar.

Muitos casais optam por não se separar, mas acabam por levar uma vida completamente independente do seu companheiro. O hábito de viver com alguém e de sentir a presença de outra pessoa em casa, mesmo que quase nem dirijam a palavra um ao outro, parece ser por vezes mais importante do que a reconstrução de uma vida nova. O rompimento com o passado, momento da união a essa pessoa, é uma tarefa dolorosa, e quando há ainda um sentimento forte a decisão é ainda mais complicada. Existem muitas pessoas que ao se separarem passam por uma fase muito difícil e traumática, isolando-se, e não aceitando o apoio de ninguém. Com tamanhas atitudes, as forças para reconstruir uma vida nova são muito mais escassas e o caminho parece ainda mais negro do que quando se encontrava numa situação de indecisão.

Os motivos mais comuns que permitem que as pessoas permaneçam juntas são, habitualmente, dois: questões monetárias e a existência de filhos. No primeiro caso as saídas parecem ser nulas. Não existe qualquer forma de subsistir na vida, julga você, a não ser que se regresse para a casa dos pais ou encontre apoio em alguns amigos. A dependência económica e a vida estável são os motivos que a fazem ainda continuar junta com essa pessoa, mesmo que suporte a facada do silêncio ou o travo ácido das discussões. Os filhos, quando os mesmos são ainda novos, podem ser um dos motivos que façam com que o casal continue junto. Querem dar-lhe a estabilidade familiar merecida, com um pai e uma mãe sempre presentes, e assim vão deixando arrastar a situação. Qualquer uma delas pode ser tão longa que o casal pode ficar junto, pelo menos aparentemente, até à velhice.

Este medo da velhice pode ser ainda outro dos motivos que leva duas pessoas a dividirem o mesmo espaço, ainda que a vontade seja escassa. Julgando que não vão conseguir reconstruir a sua vida acabam por deixar arrastar a situação, mesmo que o sentimento que os une não passe de simples afecto. Em qualquer uma destas situações a falta de força de vontade e o receio de ficar sozinha conseguem mesmo fazê-la mudar de ideias e deixar-se estar aprisionada a este género de relação, que apenas sobrevive a partir de uma conveniência mútua. A felicidade há muito tempo que ficou para trás, e agindo desta forma de certeza que não vai voltar a recuperá-la.

Não tenha receio de enfrentar uma nova vida! Lute pelo seu futuro, por uma melhor existência, não se deixando ir abaixo com problemas cuja solução está bem diante dos seus olhos. Qualquer que seja o motivo que a faz estar ainda a viver com essa pessoa, mesmo que a relação esteja quase destruída, pense duas vezes se valerá realmente a pena. Há mulheres que saíram de casa com pouco dinheiro, e que com alguma ajuda conseguiram afirmar-se novamente. Existem ainda outras que conseguiram perfeitamente cuidar dos seus filhos e dar-lhes uma vida bem mais harmoniosa do que aquela que possuíam antigamente. É tudo uma questão de força de vontade e de preservar sempre a sua auto estima. Lógico que a ajuda de amigos e familiares desempenha aqui um papel importante. Se esta relação não deu certo para si, certamente eles não vão desiludi-la. Errar é humano, e nas coisas do amor isso é ainda mais habitual!

Pense bem naquilo que realmente quer, meditando e reflectindo bastante. A decisão é importante demais para ser tomada a partir de um impulso. Tente sempre sair dessa relação cultivando a amizade da outra pessoa, pois assim será mais fácil tratarem de tudo. Se tiverem filhos, uma separação amigável é o ideal para as crianças que não têm que estar a assistir a discussões, nem a sentirem-se motivos de brigas.

A dor e a mágoa que marcam uma separação são muito fortes, mas se é impossível manter esse relacionamento, independentemente das razões, a melhor solução é a separação. Acredite que, por muito lhe custe neste momento, esta é a saída mais racional e acertada para si e para todas as pessoas envolvidas!

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