domingo, 12 de agosto de 2012

A Chave para uma Vida mais Íntegra e Feliz


Sexualidade sem Culpa: A Chave para uma Vida mais Íntegra e Feliz

por Daniele Alvim -

Quando tratamos da sexualidade, todo cuidado é pouco, pois a delicadeza do tema exige isso.

Trabalho com o ser humano e, por isso mesmo, abstraio-me de ter qualquer tipo de preconceito contra qualquer tipo de raça, religião e, principalmente, opção sexual. Talvez por isso meus clientes se sintam tão à vontade de falarem pra mim seus "piores" dilemas. Não raro, recebo em meu consultório pessoas cujo desafio de vida é a própria sexualidade e suas vastas opções. Escuto-as dizer assim: "Você sabe que estou há anos na terapia e minha psicóloga ainda não tinha pensado nisso...?" Vejo-as sofrendo e insatisfeitas com a opção alternativa que fizeram, às vezes acanhadas, às vezes ansiosas, às vezes confusas, às vezes perdidas. Mas todas elas procurando por respostas que não a confinem num lugar comum ou a rotulem disso ou aquilo ou destilem teorias mirabolantes para explicar que, no final das contas, não há nada de errado com elas. Porque rótulos é o que não falta: Gay, lésbica, travesti, transexual, bissexual, homossexual, simpatizante, heterossexual, etc... Mas, antes de serem algo que as rotulem como tal, são seres humanos com um desafio de vida, que é entenderem a si próprias através de sua opção sexual.

Parto do princípio de que sexo não é pecado, e nem com pessoas do mesmo sexo, ainda que a droga de meu DNA carimbado com a persuasão milenar da igreja grite no meu ouvido "É sim!". "É sujo!". "É errado!".
Ainda bem que essa briga cessa completamente quando trato de deixar minha intuição fluir e falar o que meu coração quer dizer para cada pessoa que está ali para ouvir a si mesma; cada caso é um caso, não há receita de bolo. Mas a partir do momento em que não nos sentimos completos em relação às nossas escolhas, sejam elas quais forem, então, é porque há um desafio a ser superado, a ser integrado e compreendido no nível da alma. Sob o ponto de vista da Aura-Soma sempre encaramos os desafios como presentes (gifts) que são adicionados como uma ferramenta da alma à medida em que são assimilados.

Mas a verdade é que o desafio no nível sexual não é pior ou melhor do que nenhum outro; é encarado com preconceito por muitos porque mexe com o que há de mais profundo, mais inconsciente em nós, movimenta nossas próprias inadequações que surgem a partir da mais tenra infância. E, claro, isso se reflete na forma como damos e recebemos afeto, não só em relação aos outros, mas em relação a nós mesmos.

Quem não quer se sentir completo com o par que mais lhe faça se sentir bem, independentemente se é uma pessoa do sexo oposto ou do mesmo sexo? Quem não quer se amar e se aceitar porque teve coragem de ser responsável pelas próprias preferências? O que seria melhor para a alma? Se realizar como ser humano em todos os aspectos ou seguir regras impostas externamente por religiões ou quem quer que seja e viver frustrado e se auto-sabotando pelo resto da vida?

Sob o ponto de vista de Deus, vamos lá, que é Misericórdia pura e Amor puro, será que Ele quer que soframos, nos torturando por algo que faz parte da natureza e da vicissitude humana? Sim, porque a culpa nada mais é do que uma forma de autopunição; e aprendemos que Deus faz isso quando fazemos a "coisa errada". Mas para quem ainda acredita nisso, eu digo, Deus não pune ninguém (Como haveria de ser se Deus é Amor???). Nós nos punimos. E isso nada tem de saudável, não.

Se observarmos que atualmente milhões de pessoas no mundo estão podendo sair de um estado de mentira e negação de si mesmas em sua sexualidade (com medo de serem hostilizadas e renegadas e rejeitadas) para um estado em que a liberdade do "ser quem se é" pode ser reconhecida como algo saudável, sustentável e louvável, isso pode nos dar a exata noção de que isto é um avanço e não um retrocesso. Pensemos que efeito poderoso isso tem no inconsciente coletivo de, no mínimo, uma melhora no relacionamento entre os seres humanos. Isso nos faz repensar nossos "pré-conceitos" e atitudes em relação àqueles que optaram (por razões extremamente complexas em sua história de vida, imagino) por algo diferente do que o convencionado pela sociedade. E neste barco pegam carona também as questões raciais e de crença (Essa última que vem avançando desde o fim da Inquisição, minha bruxa interior quer acreditar...).

A expressão da sexualidade é o que temos de mais poderoso dentro de nós; não há diferença entre energia sexual e energia criativa, por exemplo, já que tudo é energia. Sentir-se à vontade dentro do próprio corpo, o Templo da Alma, é o início e o fim de uma auto-expressão mais íntegra, honesta e verdadeira de si mesmo.
A mente pode viajar entre o passado, o presente e o futuro; o corpo é o que nos coloca no aqui e agora, no momento presente, com a consciência focada. Uma expressão sexual sem culpa (ainda que para muitos isso possa ser imoral ou mesmo amoral) é preferível do que o confinamento do ser que pode levar à depressão e a todos os sentimentos de inadequação e suas conseqüências psicológicas mórbidas, incluindo a perversão.

Sem querer colocar toda a culpa na Igreja (Instituição que respeito bastante), a verdade é que ela nos impôs a crença na desvalorização do que é um dos atributos mais importantes do ser humano: Seu corpo físico. Sem ele, como estaríamos encarnados? Cuidemos bem dele e sejamos generosos com suas necessidades. Lembrando de que na medida em que a Consciência avança, suas demandas são sublimadas e sutilizadas automaticamente. Um passo de cada vez - mas sem culpa.

Obs: Dedico este artigo a Sandalfon, o "anjo" que sugeriu e inspirou este artigo.
Ah, sim, e em relação à minha própria opção sexual? Sem rótulos, por favor. (Digam isto pra si mesmos e sintam o quão libertadora é essa sensação...)

Bjos, Amor e Luz,


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Rô Carvalho

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