quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Mitos Sobre a Sindrome do Pânico

Sindrome do Panico
Existem vários mitos e más interpretações relacionadas com a síndrome do pânico. A frase “Estou a ficar maluco?” aparece sempre na mente das pessoas quando têm os seus primeiros ataques de pânico. Neste artigo vamos desmistificar os mitos do síndrome do pânico. Primeiro é preciso saber quais são as manifestações físicas e mentais da síndrome do pânico e saber quais são os sintomas mais comuns.

É compreensivel ter medo de estar a ficar maluco quando se sofre de ataques de pânico iniciais. A maioria das pessoas sabe pouco sobre esta doença mental, por isso muitas pessoas tiram conclusões extremas e precipitadas. Essas conclusões são normalmente baseadas na má informação e numa imaginação forte.
Perder a Sanidade Mental

A doença mental mais conhecida é a esquizofrenia – mesmo a palavra já assusta uma pessoa normal.

A esquizofrenia é um transtorno caracterizado por sintomas tão severos como problemas na fala, ter delírios ou convicções estranhas (muitas pessoas que sofrem desta doença dizem que ouvem vozes) e alucinações. Além disso a esquizofrenia aparenta ter uma predisposição genética forte. A esquizofrenia não é uma manifestação mental da síndrome do pânico.

Normalmente a esquizofrenia começa muito suavemente e não de repente como os ataques de pânico. Adicionalmente, como está na família, só uma minoria das pessoas pode ficar com esquizofrenia, e nas outras pessoas por muito estresse que tenham nada pode causar isso.

O terceiro ponto importante é que as pessoas que ficam esquizofrénicas mostram sintomas durante toda a sua vida (como pensamentos pouco normais, diálogos floreados, etc.) Por isso, se ninguém notou isso em si, então não há grande probabilidade de ficar esquizofrénico. Isto é especialmente verdade se já tem mais do que 25 anos, pois a esquizofrenia normalmente aparece no fim da adolescência até aos 25 anos.

Vamos agora falar dos principais mitos do síndrome do pânico.
Perder o Controlo

Durante um ataque de pânico algumas pessoas tem medo de “perder o controlo”. Esta perda de controlo pode ser corporal, ou seja que os seus órgãos vitais vão desligar ou de perder o controlo mental e da realidade. Muitas vezes as pessoas que odeiam ser embaraçadas em situações sociais é que sofrem mais disto.

Perder o controle pode ir de atropelar um passante inocente enquanto conduz, ou pegar numa faca e matar a pessoa que está perto de si.

Não se preocupe! Por muito alarmantes que esses pensamentos sejam você não vai cometer nenhum destes atos! Relaxe. A razão que você está a sentir esses pensamentos é porque sente o seu corpo fora de controlo. A sua mente sente que se o seu corpo está fora de controlo, a mente é a próxima da lista.

Você não vai perder a cabeça. Eu tenho quase a certeza que em todos os ataques de pânico que teve em lugares públicos, ninguém notou nada e você tinha uma aparência confortável. Por natureza nós somos animais sociais e temos pavor de ser vistos em algum tipo de situação embaraçosa. Saltar da sua cadeira numa reunião de negócios e começar a gritar por uma ambulância pode passar pela sua cabeça mas é improvável que isso aconteça. No fim de contas, mesmo se nos envergonhar-mos socialmente, não é o fim do mundo.

Temos de aprender a ser mais calmos connosco. E se fizéssemos uma grande cena e passar-mos por uma grande vergonha? A vida é demasiado curta para manter as aparências a toda a hora. Quanto mais honesto você for com os seus medos, menos pressão está a por nos seus ombros.
Desmaiar em Público

A base do medo de desmaiar em público é que nos tornamos tão vulneráveis, especialmente se estivermos sozinhos. Quem vai olhar por nós enquanto estamos sem sentidos no passeio da rua? Também temos medo de desmaiar por ter tanto medo e de talvez nunca acordar mas sim entrar em coma. Os desmaios acontecem por falta de circulação sanguínea no cérebro. Quando desmaiamos o nosso corpo cai no chão e assim o sangue tem mais facilidade de chegar ao cérebro – esta é mais uma forma inteligente do organismo se proteger.

Para simplificar, desmaiar durante um ataque de pânico é pouco provável devido a quantidade de sangue que está a circular. O seu coração bate mais rápido que o normal e o cérebro tem sangue suficiente. As tonturas sentidas durante um ataque de ansiedade são causadas pela respiração acelerada, e enquanto pode ser confuso para a pessoa esse efeito é inofensivo e não leva ao desmaio.
Ataques Cardíacos

Quase todas as pessoas que tem ataques de ansiedade têm medo de ter algum problema no coração. Vamos olhar para os fatos.

Os principais sintomas de problemas de coração são falta de ar e dores no peito, e as ocasionais palpitações e desmaios. Estes sintomas são geralmente relacionados com a intensidade do esforço físico. Isso quer dizer, quanto mais exercício faz, piores ficam os sintomas e quanto menos exercício fizer melhor.

Os sintomas normalmente desaparecem rapidamente se o indivíduo descansar. Isto é muito diferente dos sintomas associados com os ataques de ansiedade. Certamente os sintomas de um ataque de ansiedade podem ocorrer durante o exercício, mas são diferentes dos sintomas de um ataque cardíaco porque ocorrem frequentemente quando ocorrem enquanto não está a fazer actividades físicas. O mais importante é que as doenças cardíacas produzem sempre cargas eléctricas no coração, que são facilmente detectadas por um electrocardiograma. Nos ataques de pânico a única coisa que aparece num electrocardiograma é um leve aumento do batimento cardíaco.

Por vezes existem pessoas que pensam da mesma forma sobre o batimento cardíaco e da respiração. As pessoas convencem-se a si próprias que quando se preocupam demasiado sobre o coração ou se concentram demasiado no ritmo do coração, pensam que o coração fica confuso e que ele se esquece como deve bater correctamente. É bastante comum as pessoas que sofrem de ataques de pânico monitorizarem regularmente os batimentos cardíacos para ver se o coração ainda está a funcionar.

É verdade que nós podemos afectar o nosso batimento cardíaco através da mente. Quando nos concentramos podemos verificar um ou dois batimentos irregulares. Isso não é nada com que se preocupar. Lembre-se que os nossos corpos tem uma grande inteligência interna e só por querer que o seu coração pare isso não vai acontecer. Deve aprender a ficar mais confortável em relação ao seu coração, deixe ele fazer o trabalho dele. Tente ouvir o seu coração quando está relaxado e também quando faz exercício. Quanto mais confortável você está com os diferentes ritmos cardíacos, mais confiança vai ter nele quando está com problemas.

Se está com preocupação em relação a problemas de coração então faça um electrocardiograma para ficar com a consciência tranquila. Se você fizer um electrocardiograma e o médico diz que está tudo em ordem então pode assumir com segurança que não tem problemas cardíacos. Além disso, se os sintomas ocorrem em outras alturas sem esforço físico tem mais uma prova que não tem problemas cardíacos.
Sensação de Irrealidade e Desconexão

Este é um sintoma que não é muito falado na literatura dos ataques de pânico e de ansiedade. É o sentimento de irrealidade e de desconexão que alarma muitas pessoas pois pensam que estão a perder o juízo e a dar em malucas.

As pessoas que tem ataques de pânico dizem muitas vezes que se sentem desconectadas do mundo e que parece que estão fora da realidade. Esta sensação é descrita como se o mundo se tivesse tornado uma mera projeção de um filme. Esta sensação é alarmante para as pessoas e muitas vezes leva a pessoa a pensar que houve alguns danos permanentes no seu cérebro, causando estas sensações.

Uma manifestação típica deste caso é quando uma pessoa está a ter uma conversa com alguém e de repente se sente muito isolada e fora da situação. Quando a sensação aparece ela pode ter um impacto tão grande que demora dias a desaparecer pois a pessoa não pára de pensar nisso.

Eu estou a falar nisso pois é uma coisa que muitos médicos e especialistas não falam e desta forma posso dar confiança se você já teve esta sensação. Isto não passa de um efeito secundário de demasiada ansiedade e vai desaparecer quando o seu corpo aprender a relaxar. Quando o corpo volta ao estado normal de relaxamento e tem a oportunidade de decompor alguns químicos em excesso que foram produzidos pelas glândulas supre renais as coisas ficam melhores. Deve dar tempo a estas coisas e essas sensações vão calmamente diminuindo e desaparecendo.

Como vê o síndrome do pânico não é o fim do mundo e quando você começa a entender o problema têm mais força para o encarar. O tratamento da síndrome do pânico e possível se você seguir os passos certos.

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