quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Manifestações Físicas da Sindrome do Pânico

Quando sofremos da síndrome do pânico e quando temos um ataque de ansiedade existem várias manifestações mentais e físicas que ocorrem no nosso organismo. Neste artigo vamos falar das manifestações físicas. As principais manifestações físicas da síndrome do pânico são as seguintes:

Nervosidade e efeitos químicos.
Efeitos cardiovasculares.
Efeitos respiratórios.
Outros efeitos diversos.

Vamos aprofundar cada uma destas manifestações.
Nervosidade e Efeitos Químicos

Quando somos confrontados com o medo o cérebro manda sinais para o sistema nervoso. É o sistema que é responsável para preparar o corpo para a ação e também acalma o corpo e restaura o equilíbrio. Para executar estas duas funções vitais o sistema nervoso autónomo tem duas secções, o sistema nervoso simpático e o sistema nervoso parasimpático.

O sistema nervoso simpático é aquele que nós conhecemos melhor porque é o que prepara o nosso corpo para a ação e acciona o sistema de ataque-fuga, enquanto que o sistema nervoso parasimpático é aquele que adoramos pois serve para restaurar o nosso sistema e retornar o corpo ao estado normal de relaxamento.

Quando um destes sistemas são ativados eles estimulam todo o corpo e tem um efeito de tudo ou nada. Isto explica quando um ataque de pânico ocorre, a pessoa tem várias sensações pelo corpo.

O sistema simpático é responsável por libertar adrenalina das glândulas supra renais. Estas glândulas estão localizadas acima dos rins. As glandulas supra renais também libertam adrenalina que funciona como um mensageiro químico para o corpo estar a 100% (para fugir ou atacar). Quando um ataque de pânico começa não dá para desligar o sistema ataque-fuga tão rapidamente como ele foi acionado. Existe sempre um período com ansiedade aumentada e continua enquanto estes sinais viajam pelo corpo.

Depois de algum tempo o sistema nervoso parasimpático é acionado. O papel dele é retornar o corpo ao seu funcionamento normal depois do perigo iminente desaparecer. O sistema parasimpático é a parte do sistema nervoso do qual gostamos mais porque nos retorna ao estado de relaxamento e normalidade.

Quando utilizamos uma técnica que aprendemos para diminuir a ansiedade, uma técnica de relaxamento por exemplo, estamos na realidade a incentivar o sistema parasimpático a entrar em ação. Uma coisa boa da qual nos temos de lembrar é que este sistema vai entrar em ação mais tarde ou mais cedo, quer tentemos quer não. O corpo não continua numa espiral de ansiedade cade vez mais intensa. Chega a um ponto em que a ansiedade desliga e o corpo fica relaxado. Este é um dos vários sistemas que temos integrados no corpo para sobrevivermos.

Mesmo se você se preocupar e stressar muito para manter o sistema nervoso simpático a funcionar ele vai acabar por parar. Com o tempo ele torna-se mais esperto que nós e percebe que na realidade não existe perigo. O nosso corpo é extremamente inteligente – a ciência moderna está sempre a descobrir novos padrões de inteligência que correm pelas células do nosso organismo. O nosso organismo parece ter uma infinidade de maneiras para lidar com um conjunto de funções muito complicadas que nós tomamos por certas. O principal objectivo do nosso organismo é viver bem e de saúde pelo máximo de tempo possível.
Não Está Convencido?

Tente deixar de respirar durante o máximo de tempo possível. Não importa a sua força mental, você nunca consegue vencer a força de vontade do corpo. Isto são boas noticias – não importa se tenta convencer-se que vai morrer de um ataque de pânico, você não vai morrer por causa disso. O seu corpo vai passar por cima do medo e procurar por um estado de equilíbrio. Nunca ninguém morreu de um ataque de pânico.

Lembre-se disso da próxima vez que tiver sintomas da síndrome do pânico. A sua mente pode prolongar as sensações do ataque de pânico por mais algum tempo, mas eventualmente tudo vai voltar ao estado de equilíbrio. O estado de equilíbrio (homeostase) é o que organismo procura sempre atingir.

A interferência para o seu organismo não é mais do que um exercício dos seus sentimentos. O nosso corpo não entra em alarme com estes sintomas. Porque deveria de entrar em alarme? O nosso organismo conhece as suas capacidades. É o nosso consciente que entra em pânico, que fica assustado e exagera com medo e terror! Nós temos a tendência de esperar pelo pior e de exagerar as nossas sensações. Um batimento cardíaco acelerado é um ataque cardíaco. Uma mente demasiado ativa é quase esquizofrenia. A culpa é sua? Nem por isso – nós estamos simplesmente a fazer diagnósticos com má informação.
Efeitos Cardiovasculares

A atividade no sistema nervoso simpático aumenta o batimento cardíaco, acelera a circulação em todo o corpo, assegura que todas as áreas importantes para o reflexo ataque-fuga estejam com muito oxigênio. Isto acontece para preparar o corpo para a ação.

Uma coisa fascinante do reflexo ataque-fuga é que o mecanismo manda o sangue de onde ele não é necessário (através da contração dos vasos sanguíneos) para os lugares onde ele é necessário, músculos dos braços, pernas e do tronco.

Por exemplo, no caso de haver um ataque físico o sangue vem da pele, dedos, dedos dos pés e é movido par as áreas ativas com as pernas e os músculos dos braços.

É por isso que muitas pessoas sentem falta de sensibilidade e formigueiros durante um ataque de pânico que são mal interpretados como um risco para a saúde, como o inicio de um ataque cardíaco. É interessante que as pessoas que sofrem de ataques de ansiedade pensam muitas vezes que tem problemas de coração. Se você tem mesmo essa preocupação então deve consultar o seu médico para verificar tudo. Assim você pode tirar conclusões e esquecer esse medo.
Efeitos Respiratórios

Um dos efeitos mais chocantes do ataque de pânico é a falta de ar e a respiração rápida. É muito comum que durante um ataque de pânico a pessoa sinta um aperto no peito e na garganta. Eu acho que todos temos o medo de perder o controlo da nossa respiração. Da minha experiência pessoal eu sei que a ansiedade aumenta por causa do medo que temos de parar de respirar. O pânico pode causar a uma paragem respiratória? Não.

Os ataques de pânico são associados a um aumento do ritmo respiratório e na quantidade de ar inspirado. Isto tem uma importância obvia para a defesa do corpo pois os tecidos precisam de mais oxigênio para preparar para a ação. O que sentimos quando aumenta a respiração pode incluir a falta de ar, hiper-ventilação, sensações de falta de ar e mesmo dores e apertos no peito. O problema real é que estas sensações são estranhas para nós e não parecem naturais.

Como tive ataques de pânico muito extremos, eu lembro-me que em muitas ocasiões eu sentia que não podia confiar no meu corpo para respirar. Por isso eu tinha de respirar conscientemente e dizer a mim próprio para inspirar e expirar. Claro que isso não era o suficiente para as necessidades de oxigénio do meu corpo e por isso esse sentimento aumentava mais – e a ansiedade também. Foi só quando apliquei a técnica que lhe vou explicar mais tarde, que deixei o meu corpo fazer o que ele faz melhor – seguir os instintos biológicos.

Um efeito secundário importante da respiração mais rápida (especialmente quando não existe atividade física) é que a quantidade de sangue que vai para a cabeça diminui. Enquanto que esta diminuição de circulação para o sangue não é perigosa, ela produz uma variedade de sintomas desagradáveis mas que não fazem mal. Estes incluem tonturas, visão enevoada, confusão, sentimento de irrealidade e suores frios.
Outros Efeitos Físicos dos Ataques de Panico

Existem outros efeitos produzidos pela ativação do sistema nervoso simpático, nenhuma das quais fazem mal. As pupilas dilatam para deixar entrar mais luz, o que pode resultar em visão turva e em “ver estrelas”, etc. Existe uma diminuição da salivação, resultando numa boca seca.

Existe uma diminuição da atividade no sistema digestivo, que muitas vezes dá náuseas, uma sensação pesada no estômago e mesmo prisão de ventre. Finalmente, quando os vários grupos musculares ficam tensos em preparação para o ataque-fuga isso pode resultar e várias sensações de tensão, por vezes transformando-se em dores e tremores.

No geral o mecanismo de ataque-fuga ativa todo o metabolismo corporal. Por isso é que as pessoas sentem calores e suores pois este processo utiliza muita energia e depois a pessoa sente-se cansada e esgotada.

Gostaria de chamar a atenção sobre os mitos da síndrome do pânico porque existem rumores que dizem que um ataque de pânico pode causar a morte, o que é totalmente falso. Estes rumores ainda aumentam mais o medo que as pessoas têm da doença e não ajudam no tratamento da síndrome do pânico.

Para saber mais sobre a síndrome do pânico subscreva à nossa Newsleter para receber dicas para lidar e vencer a síndrome do pânico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

As Mais Lidas da Semana

Desopilando o fígado - Sobre Depressão.

Vale dos suicidas... Eu sei bem que a vida não é fácil...sei tbm que em alguns momentos, nós temos esses pensamentos de morte (eu já t...