sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Dependência Sexual



Dependência Sexual


A ideia de que alguém pode ter uma dependência de sexo não é totalmente aceite, mesmo entre os profissionais de saúde, alguns dos quais dizem que é mais uma questão de comportamento compulsivo do que um verdadeiro vício.


O que é?


Estima-se que cerca de 6% das pessoas, em algum momento da sua vida, sejam dependentes do sexo - 1 mulher em cada 5 casos.


Se compararmos com os danos físicos causados por outras dependências, tais como a heroína ou a cocaína, o vício no sexo pode parecer, à partida, um problema diferente. No entanto, existem alguns critérios presentes para que o possamos considerar como uma dependência. Tal como noutros vícios, a pessoa é movida por uma compulsão para procurar e iniciar um determinado comportamento mesmo que este lhe possa causar uma perturbação enorme e até danos à sua vida.


Um viciado em sexo considera que precisa de uma quantidade significativamente maior de sexo para se sentir satisfeito. Este sentimento de necessidade de sexo leva a um dispêndio de tempo anormal em actividades necessárias para satisfazer os desejos, ou para se recuperar dos seus efeitos. Como resultado, este vício pode interferir no trabalho, hobbies e nos relacionamentos com familiares e amigos. Em muitos casos, existe um esforço efémero na tentativa de redução ou controlo deste comportamento.

Quais são os sintomas?

Quando podemos dizer que o sexo se tornou num vício, já que a maioria das pessoas gosta dele?


Um indício vem da definição usada frequentemente por especialistas que sugerem que a dependência sexual é qualquer comportamento sexual que se sente fora de controle. Outra característica importante é que, tal como noutros vícios, os afectados encontram uma oscilação intensa de altos e baixos nas suas emoções.


Depois das emoções fortes vividas na procura de gratificação sexual surgem emoções negativas após o comportamento, tais como:


Vergonha;
Pesar;
Remorso;
Ansiedade;
A procura de novas relações sexuais surge como uma forma de aliviar estes sentimentos negativos.

Alguns dos sintomas de alerta de uma dependência de sexo podem incluir:


Comportamentos de sexo casual frequente e de risco com múltiplos parceiros;
O uso excessivo de pornografia;
Sentimentos de preocupação sobre o possível comportamento;
Desejar parar ou mudar o comportamento sexual mas não conseguir;
Sentir-se incapaz de parar ou mudar o comportamento, apesar de o desejar;
Recorrer ao sexo como forma de lidar com outros problemas;
Necessitar de mais sexo para obter a mesma satisfação;
Viver sentimentos de culpa por não ter conseguido evitar o comportamento;
Passar uma grande quantidade de tempo a planear ou a praticar sexo;
Faltar a importantes eventos sociais ou mesmo ao trabalho, devido ao sexo
Outras das consequências do vício em sexo podem incluir:
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Término de relações significativas;
Perda de oportunidades de emprego;
Infecções sexualmente transmissíveis;
Gravidez indesejada.
A depressão é comum entre os viciados em sexo (que pode até ser um factor que leva ao vício ou agrava o problema) e cerca de um em cada cinco chega a pensar no suicídio.

Obter ajuda

Pode ser muito difícil admitir que se tem um vício sexual e procurar ajuda. Muitas vezes, existem sentimentos de vergonha intensa e relutância em falar sobre esta dependência. Poucas pessoas são capazes de mudar o seu comportamento, sem o apoio de um profissional que lhes ajude a explorar porque desenvolveu esta dependência e como pode ultrapassá-la.

Assim, o primeiro passo é reconhecer que tem um problema e procurar ajuda especializada. Se realmente existir um verdadeiro vício em sexo ou uma forma de comportamento compulsivo, o principal método para o tratamento é o mesmo, e consiste em terapias psicológicas, especialmente a Terapia Cognitiva Comportamental, que envolve a compreensão da sua dependência e formas de lidar/alterar os seus comportamentos e cognições. Em muitos casos é importante conjugar a terapia com medicação, sendo importante, também, a intervenção de um médico psiquiatra.




Texto adaptado do original do Dr. Gill Jenkins (BBC, Março de 2010)
Fonte: Blog Terapias Sexuais

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